Os próprios alunos da escola pediram à direção para que os amigos pudessem assistir as aulas, e foram atendidos
Existe uma curiosidade, comum entre os adolescentes que quando transformada em realidade gera a sensação de realização. Essa foi a experiência vivenciada na última semana, por 50 jovens que puderam passar um turno inteiro em sala de aula na escola do Sesi. E a imersão ainda foi na companhia de um amigo estudante da escola.
A ideia surgiu para atender a demanda dos próprios alunos. “Eles perguntavam se podiam trazer um amigo. Daí criamos esse projeto como modo também de divulgar a escola”, afirma a diretora, Riviane Bühler da Rosa. Inaugurada em fevereiro deste ano, a escola tem 60 estudantes, filhos de trabalhadores da indústria. A prioridade das vagas, no processo seletivo da escola, são esses jovens, filhos de indústriários. O currículo diferenciado é o que atrai a atenção de meninos e meninas da comunidade.
Se o Ensino Médio tem 2.800 horas, na escola do Sesi a carga é de quase cinco mil horas. “Oferecemos também robótica, laboratórios de química, matemática financeira e empreendedorismo”, destaca Riviane. Outro diferencial é a Biblioteca que está à disposição dos moradores da cidade.
Amizade e companheirismo também nos estudos
Quando soube da oportunidade de trazer um amigo para assistir aula, Guilherme Rossner, 15 anos, não teve dúvidas de quem convidar. Quando se mudou para Montenegro ficou na casa dos pais de Luis Felipe Ost e de lá prá cá a amizade dos dois meninos só cresceu.
“Ele ficava animado quando eu falava da escola, me dizia que queria conhecer, então convidei ele”, conta Rossner. Já Luis Felipe, 14 anos, estudante da Escola Estadual José Pedro Steigleder, aproveitou bem a oportunidade na aula de robótica. Mas o que agradou a ele foi a Biblioteca. “Aqui tem matérias diferentes. A estrutura é bem melhor. No ano que vem pretendo vir prá cá”, diz Luis Felipe.
Enquanto uma turma se divertia na disputa de cabo de guerra com os robôs, outra lidava com elementos químicos e os processos de transformação de líquidos multicoloridos em pipetas, no laboratório de química. A Amanda de Souza, 17 anos, levou a amiga Mariane de Ameida, 15 anos, para essa aula em meio a tubos de ensaio. “Primeira vez que entro em um laboratório de química. Acho bem diferente”, diz a visitante que também estuda na rede pública estadual. E o desejo da Amanda é de que a amiga se torne colega de escola no próximo ano.
Segundo a diretora Riviane, a procura foi tanta que outras visitas como essa deverão ser realizadas em breve. “E devemos abrir a oportunidade para os pais também, pois além de adolescentes há adultos que querem vir conhecer a nossa escola”, aponta Riviane.
O processo seletivo para ingressar na Escola do Sesi é composto por oficinas de raciocínio lógico e produção textual. Filhos de trabalhadores da indústria ganham 100% da bolsa de estudos.