Choque de Cultura e situação precária em debate na Câmara

A precariedade em que vivem as 15 famílias indígenas fixadas há cerca de quatro meses no bairro Centenário, e o choque de cultura com os moradores do entorno, foram assuntos pontuados em reunião na Câmara de Vereadores no inicio da tarde desta quarta-feira, 31. De autoria dos vereadores Juarez Silva (PTB) e Filipe Kinn (PMDB), o momento objetivava dar a oportunidade para os moradores falarem os seus anseios e buscar uma solução para um local mais adequado aos índios.

Estiveram presentes o secretário de Meio Ambiente, Adriano Chagas; o secretário de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania, João Marcelino da Rosa; a chefe da Vigilância Sanitária, Silvana Schons; moradores do bairro e lideranças indígenas.

A conversa foi solicitada pela comunidade do bairro, que está insatisfeita com a presença dos índios kaingangs. Foram quase 200 assinaturas de um abaixo-assinado para mudar a situação. De acordo com o morador André Mello, todos estão morando dentro da cidade, não é uma aldeia, e não é um local adequado para os kaingangs. “Como todos sabem ali dentro do bairro tem crianças, meninas e meninos, e tem muitas vezes que a gente se pega em situações que não queremos ver. Tem coisas acontecendo que não temos o porque de ver. A gente pede que arrumem um local adequado para eles, dêem uma infraestrutura, para eles terem condições humanas de morar”, diz André.

Os moradores afirmam que não têm nada contra os índios, mas esperam que sejam encaminhados para outro local. Dentre os problemas apontados está o choque de cultura, a higiene, e destinação do terreno.

Para o vice-cacique, Darci Rodrigues, essa situação faz com que a comunidade indígena se sinta discriminada pelos vizinhos. “Tem pontos que eu concordo, mas tem pontos que eu discordo. Nós não somos invasores e nem imigrantes. Montenegro é território indígena, somos filhos da cidade e isso pode ser visto no Museu. Mas agora somos rejeitados por uma sociedade que discorda com isso, tudo isso no fundo é discriminação”.

O secretário do Meio Ambiente, Adriano Chagas, relata que o descarte incorreto de lixo não é causado pelos indígenas, mas que a comunidade também tem sua culpa. “Esse é um problema de anos aliás, mas logo estaremos entrando com soluções viáveis na comunidade para solucionar esse pedido”, fala.

Ao final todas as partes entraram em acordo acerca do que está trazendo inquietações. Será solicitada uma reunião em Porto Alegre com o Deputado Elizandro Sabino (PTB) e Funai para tratar do assunto a nível Estadual.

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