Usuários de transporte coletivo reclamam de abrigo instalado em frente a imóvel comprometido e com rachaduras
Um abrigo de ônibus, instalado na rua João Pessoa, próximo ao edifício San Marino, tem tirado o sossego de muitos usuários do transporte coletivo. A parada foi colocada em frente a um antigo imóvel no n°1.577, com estrutura comprometida e fachada danificada. O prédio não possui mais telhado e rachaduras chegam a ocupar a extensão dele de cima a baixo. O medo das pessoas que aguardam o ônibus no local é que ocorra um desmoronamento, causando algum acidente grave.
Moradora de Bom Jardim, interior de Montenegro, Graciela Dillenburg, aposentada de 57 anos, acredita que há risco para os que precisam esperar ali. A solução, de acordo com ela, seria trocar o abrigo de lugar, colocando antes ou depois de onde está atualmente. “Nunca sabemos o que pode acontecer. E se vem um vendaval, um tufão, como aconteceu em Maratá? Derrubaria toda a residência”, destaca
Outra questão importante levantada pela dona de casa Simone Flores da Rosa, 39 anos, foi a quantidade de pessoas que aguardam o transporte naquela altura da João Pessoa, principalmente em horário de pico. “A casa está bastante danificada, né? Há muitos jovens e crianças que esperam aqui no abrigo, inclusive minha filha, que estuda no colégio São João Batista. Algo precisa ser feito, não dá para deixar assim”, enfatiza.
Apesar de o imóvel ser antigo, ele não está na lista municipal de bens passíveis de preservação. Significa que, em tese, não haveria qualquer problema em demoli-lo.
O lugar é inadequado, segundo os usuários
Cláudio Sanches de Vargas, 58 anos, convidou a reportagem do Ibiá para retratar o problema enfrentado por ele e outras pessoas que aguardam o transporte diariamente ali. O funcionário da Secretaria Estadual do Meio Ambiente afirma convictamente que o local onde a parada está localizada não é apropriado para esse fim. O problema principal, conforme explica, é a casa velha que traz perigo às pessoas. “A estrutura está toda trincada, vê? Há um risco enorme de desmoronar em cima do abrigo. Quando chove, então, eu nem espero o ônibus aqui perto. Cada trovão parece que vai cair tudo”, ressalta.
A funcionária pública Valéria Porto, 52 anos, afirma que o prédio, que fica colado à parada, deveria ser restaurado, por seu valor histórico. Nas condições atuais, segundo ela, submete os que utilizam o local a inúmeros riscos.
“O abrigo neste lugar não é adequado. Uma troca dele seria bem viável, ainda mais se fosse para onde era antigamente, próximo ao CGC Contabilidade. Mas as mudanças ficam sempre no papel, não saem dele. Aqui é super movimentado. Ou restauram o prédio ou trocam o abrigo de lugar”, conclui.
Jaira Verônica da Costa, 27 anos, funcionária da radiologia do Hospital Montenegro, costuma utilizar sua moto para deslocar-se. Porém, eventualmente recorre ao transporte público coletivo. “Acredito que esse imóvel ofereça riscos, sim, para as pessoas. Mas a solução, na minha opinião, seria fazer algo com o prédio e manter a estrutura para quem aguarda o ônibus aqui”, termina.
A POSIÇÃO DA PREFEITURA
Através de assessoria de comunicação, a Administração Municipal informa que o abrigo foi deslocado de onde estava anteriormente, por um pedido “amplamente embasado em processo”. A medida foi para que não trouxesse riscos aos usuários devido a obras no CGC. A Diretoria de Transporte e Trânsito de Montenegro destaca ainda que, caso houvesse risco de desabamento, o prédio estaria isolado com tapume.
Proprietário pretende vender
O advogado Gilberto Gehlen, proprietário do imóvel que coloca em risco os usuários do transporte coletivo, na João Pessoa, afirma que possui o prédio há quase 40 anos. De acordo com ele, a parada não foi sempre ali. “Era em frente ao Marcos Griebeler, no CGC. Ficou por uns 20 anos lá. Porém, no governo do antigo prefeito Percival, a estrutura foi transferida para a calçada em frente a minha propriedade. Na administração de Paulo Azeredo, voltou para o CGC e, na atual gestão, do prefeito Aldana, instalaram novamente em frente ao meu imóvel”, explica.
O proprietário destaca que não queria o abrigo de ônibus ali, pois desvaloriza o imóvel, para a venda, além de ser um espaço restrito para quem aguarda. “Também é um perigo para as pessoas, pois a construção está precária. Mas a minha pretensão é me desfazer dele, vendendo”, conclui.