Começaram a ser montadas neste sábado, dia 17, as barreiras sanitárias nas proximidades do local onde foi confirmado o primeiro foco de Gripe Aviária (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade – H5N1) em avicultura comercial no Brasil desde o início do atual surto nas Américas. A medida busca conter a disseminação do vírus a partir da área afetada, situada no interior de Montenegro, próximo à BR-386. Saiba mais na entrevista publicada no Instagram do Ibiá.
As barreiras funcionarão 24 horas por dia. Seis delas são voltadas principalmente à higienização de veículos “de interesse”, ou seja, aqueles que precisam circular dentro do raio de 10 quilômetros em torno do foco. A sétima servirá para o desvio de veículos que não têm necessidade de entrar na comunidade. Também haverá verificação de “cargas-alvo”, como as que transportam animais vivos, ração e leite, especialmente em veículos que transitam entre propriedades.
Durante coletiva de imprensa na tarde de sexta-feira, 16, o comandante do Pelotão Ambiental da Brigada Militar (Patram), coronel Rodrigo Gonçalves dos Santos, informou que o endereço exato da propriedade onde foi registrado o foco não será divulgado. A medida visa evitar a presença de curiosos e minimizar o fluxo de veículos na região. “O que precisamos agora é diminuir ao máximo a circulação de veículos dentro desta região”, reforçou o coronel, esclarecendo que não se trata de um bloqueio total do trânsito.
Na manhã deste sábado, a reportagem do Jornal Ibiá esteve na área e constatou um ambiente tranquilo. As barreiras ainda estavam sendo estruturadas, e equipes vestidas com roupas brancas seguiam trabalhando na limpeza dos aviários. A montagem teve início à tarde.
Francisco Lopes, diretor-adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual da Agricultura (Seapi), explicou que as seis barreiras de desinfecção estão sendo montadas dentro do raio de 3 a 10 quilômetros da propriedade onde o foco foi detectado. “Essas barreiras são para desinfecção de veículos alfa, ou seja, veículos de carga animal, de ração e de coleta de leite. Eles serão abordados, desviados da via e passarão por uma desinfecção completa dos rodados e da parte inferior”, disse. A medida é importante para evitar que esses veículos, que circulam por várias propriedades, carreguem o vírus inadvertidamente de um local a outro.
Segundo Francisco, em pontos mais próximos ao foco, até veículos de passeio de moradores da região podem ser desinfetados. Ele garantiu que o transporte escolar, muito citado pela comunidade, poderá passar normalmente pelas barreiras. “Não há impedimento de passagem. É apenas uma medida de sanitização, que pode diminuir um pouco o fluxo, mas sem bloqueios”, esclareceu.
A previsão inicial é de que as barreiras permaneçam ativas por pelo menos sete dias, sendo possível prorrogar esse período conforme o andamento das ações de vigilância. Francisco destacou ainda que já iniciaram neste sábado as visitas às propriedades rurais da região. “Temos oito equipes em campo que vão visitar todas as propriedades, mesmo aquelas que não têm cadastro de aves, para verificar se há animais e algum sinal clínico suspeito. Isso nos ajuda a garantir que o vírus não se espalhou para fora da área do foco”, afirmou. O trabalho começa no raio de três quilômetros e já avança até dez quilômetros, com a meta de cobrir cerca de 540 propriedades nos próximos sete dias.
