Acidentes elétricos são comuns nas residências

Sinistros em casa. Em 2017, 34,5% dos acidentes fatais com eletricidade aconteceram no ambiente doméstico

Tem aumentado, no Brasil, o número de acidentes que envolvem energia elétrica. No período entre 2013 e 2017, o aumento de casos foi de 33,6% no país. Tem contribuído para este aumento a falta de informação da população sobre os riscos ao lidar com instalações elétricas sem a ajuda de um profissional da área. Só em 2017 foram registrados 1.387 casos de choque elétrico em todo Brasil e em mais de 50% dos registros a ação foi fatal.

Dados coletados pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) dão conta de que o ambiente doméstico continua sendo o local onde ocorre a maioria dos acidentes fatais, mais precisamente 34% dos registros. Crianças e adolescentes são os que correm mais risco, porém, mais da metade das mortes por este tipo de ocorrência são de adultos entre 21 e 40 anos.

Paulo Schmidt e Ismael Lerner recomendam o disjuntor interno nas residências para segurança e comodidade

De acordo com o levantamento da Abracopel, nos últimos cinco anos a quantidade de casos aumenta durante a época de férias escolares e feriados. A falta de cuidado e consciência sobre o perigo causado pela energia elétrica são os principais motivos para que pessoas sofram choque elétrico. Fios desencapados, extensões, tomadas e adaptadores podem ser os maiores vilões dentro das residências. Além disso, eletrodomésticos com fuga de corrente também podem causar danos.

Disjuntor interno e materiais de qualidade evitam acidentes

A reportagem consultou dois profissionais que lidam bastante com instalações e manutenções elétricas, a fim de apresentar ao leitor algumas dicas e informações essenciais sobre questões que envolvem eletricidade dentro de casa. Alertamos, primeiramente, para a importância do profissional eletricista, pois ele é quem vai auxiliar, com segurança e técnica, nestas atividades que demandam cautela.

Ismael mostra o filtro de linha que permite ligar mais aparelhos de forma segura

Uma das principais dúvidas e erros é em relação à quantidade de aparelhos ligados na mesma tomada. Conforme o eletricista Ismael Júnior Lerner, o ideal é que cada tomada tenha no máximo dois aparelhos conectados. “Com um filtro de linha o recomendado é ter até cinco. Caso algo aconteça, tem um sistema de segurança que faz ele desligar automaticamente”, afirma Lerner.

Paulo César Schmidt, proprietário de uma empresa do ramo elétrico, em Maratá, complementa que um perigo muito comum dentro de casa é a conexão de aparelhos, ao mesmo tempo, em dois adaptadores do modelo “T”.

Para acertar na escolha dos adaptadores é bom observar se há entradas para três pinos, o que é padrão no Brasil. Além disso, outro detalhe é a profundidade deste item. “Nesses modelos novos de tomada e adaptadores a profundidade evita o contato da mão com o pino que está sendo conectado na energia” aponta Lerner.

Outros detalhes podem não ser notados na troca de um chuveiro, por exemplo. Segundo Paulo, antigamente eram utilizados fios com espessura bem pequena, suficiente para os chuveiros da época. “Hoje nós temos chuveiros potentes que precisam de um cabeamento próprio para os modelos atuais. Então, antes de trocar o chuveiro na residência, é necessária uma avaliação dos fios já existentes”, aponta.

Em relação a curtos circuitos nas instalações elétricas residenciais, é interessante que os proprietários solicitem, de 10 em 10 anos, uma verificação completa da fiação da casa. Possíveis degradações podem ter ocorrido neste período, até porque os fios ficam expostos a altas temperaturas entre o forro e o telhado. “Há que utilize um material elétrico de baixa qualidade e isso pode dar problema depois de alguns anos”, afirma Paulo. Para ele, mesmo que a qualidade custe um pouco mais, é a melhor opção para evitar problemas.

Outro item importante e que pouca gente tem dentro de casa é o disjuntor interno. “Com ele é possível separar a residência por circuitos. Chuveiro em um, tomadas em outro, e ar-condicionado em outro”, explica Lerner.

Há residências de pequeno porte que possuem até 32 disjuntores diferentes. De acordo com Paulo Schmidt, este sistema facilita pequenas manutenções e oferece segurança em caso de curto-circuito. Todo o cuidado é pouco para evitar um acidente grave, com risco de perda de patrimônio e até mesmo de vidas.

Saiba mais

O eletricista Ismael Lerner diz que alguns sinais podem ser causa de um curto-circuito. As pessoas devem ficar atentas aos cheiros de queimado dentro de casa e atentar para o escurecimento dos fios de condução de energias, seja dos aparelhos ou da residência.
Nestes casos o ideal é chamar imediatamente pela ajuda de um profissional.

Lerner também chama a atenção para o desligamento de equipamentos durante o temporal. Aquela velha dica que nossos avós e pais falam é sempre válida. “Um raio pode danificar os equipamentos e quando a energia retorna o aparelho pode entrar em curto-circuito”, alerta Ismael Lerner.

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