O grande ano da carreira de Michael Stanislau

Retrospectiva. Árbitro assistente atuou em clássicos, jogos da dupla e até em nova função nesta temporada

Durante o ano, o assistente viajou muito e esteve em lugares como o lendário estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, um dos símbolos do futebol. Fotos: arquivo pessoal Michael Stanislau

“Não esperava trabalhar tanto. Foi um baita ano, em todos os sentidos. E inesperado também”, resume Michael Stanislau, sobre a temporada de 2017. Ganhando cada vez mais espaço na principal entidade do futebol brasileiro, o árbitro assistente de Montenegro trabalhou em 47 partidas neste ano. Aos 28 anos, o bandeirinha da cidade viveu novas e grandes experiências nos últimos 12 meses, mas almeja alçar voos ainda mais altos no próximo ano.
Em seu segundo ano no quadro da CBF, Stanislau atuou 30 vezes pela confederação nacional. Mesmo sendo árbitro assistente, a maioria das suas escalas foram em outra função. Em 22 oportunidades, o montenegrino trabalhou como quarto árbitro, em jogos da Série A do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Entre as partidas, quatro clássicos paulistas, dois cariocas, um paranaense e um mineiro. Botafogo e Flamengo, pela semifinal da Copa do Brasil, e Corinthians e Palmeiras, pelo Brasileirão, foram os principais duelos.

Apesar de a função ser uma novidade em sua carreira, o bandeirinha da cidade não teve dificuldades para se adaptar ao novo desafio. “Fiquei sabendo na semana da primeira escala que trabalharia como quarto árbitro, não esperava atuar nessa função. É bem tranquila, verificamos os fardamentos, documentação, controlamos as súmulas, bolas, rádio, áreas técnicas e sinalizamos as substituições e os acréscimos. Sou bem frio. Os primeiros jogos foram clássicos paulistas”, relembra.

Por falar nos jogos envolvendo equipes de São Paulo, Stanislau fez um comparativo dos clássicos em que trabalhou com o Gre-Nal. “Os clássicos paulistas são mais técnicos, isso os torna mais fáceis de trabalhar. O Atletiba (Atlético-PR x Coritiba) foi bem difícil de fazer, é mais semelhante ao Gre-Nal. Na televisão, os jogos parecem ser muito mais complicados do que são realmente dentro de campo. A TV mostra detalhes que, ao vivo, praticamente ninguém contesta”, frisa.

A primeira experiência na elite do futebol brasileiro também teve momentos tensos para o assistente. No dia 8 de julho, Michael Stanislau viveu minutos de apreensão no Rio de Janeiro, durante o clássico entre Vasco e Flamengo, pela 12ª rodada. Insatisfeita com a derrota parcial do time, a torcida vascaína promoveu um verdadeiro cenário de guerra no gramado e nas arquibancadas, fazendo com que jogadores e arbitragem precisassem ser escoltados até os vestiários. “Foi o jogo mais tenso na função”, garante Stanislau.

Além das 30 escalas pelo quadro da CBF, o assistente da cidade ainda fez um jogo pela Primeira Liga e 16 pelo quadro da FGF neste ano. Foi uma temporada desgastante, de praticamente um jogo por semana, em média. Mas, aos 28 anos, em seu auge físico e técnico, Michael passou sem maiores dificuldades por 2017. Inclusive, teve êxito nos dois testes físicos realizados pela CBF durante a temporada e no teste da FGF.

Com tantas escalas no calendário, o montenegrino pouco parou em casa. Foram 21 voos durante a temporada por vários cantos do Brasil, além de muitas viagens de carro pelo Estado. “Tu conheces muito lugar novo, mas viajar o tempo todo desgasta bastante”, salienta.

Metas para 2018 e os conselhos de Daronco

O bandeirinha atuou 21 vezes como quarto árbitro no Brasileirão

Mesmo viajando com frequência para trabalhar na Série A do Brasileirão, Michael Stanislau sentiu falta de uma coisa neste ano: atuar em sua função original. De junho até novembro, o montenegrino fez apenas uma partida como árbitro assistente. No dia 30 de junho, o bandeirinha trabalhou no jogo entre Vila Nova e Criciúma, em sua estreia na Série B.

Depois disso, ficou cinco meses sem atuar na função. Só “voltou a ser” bandeirinha em dezembro, durante a Copa RS Sub-20. Para a próxima temporada, Stanislau espera trabalhar com maior frequência em seu cargo original. “Todo ano, as regras mudam na CBF, mas minha ideia é pegar mais jogos na Série B e na Série C na minha função”, projeta.

O último jogo em que Stanislau trabalhou foi no dia 12 de dezembro, pela Copa RS Sub-20, realizada no Estado. Já pensando em 2018, o assistente nem pensa em tirar férias. No dia 10 de janeiro, passará por teste na FGF e precisa estar em boas condições físicas para trabalhar durante o Campeonato Gaúcho.

GAÚCHo Anderson Daronco apitou todos os jogos em que Stanislau foi quarto árbitro ao longo deste ano

Mais experiente, o bandeirinha montenegrino leva junto consigo as dicas do árbitro Anderson Daronco, com quem trabalhou no Brasileirão deste ano. “Ele (Daronco) pede para dar o máximo, 110% dentro de campo, porque depois do jogo não dá para fazer nada”, conta o montenegrino.

 

Jogos de Stanislau como quarto árbitro no Brasileirão
São Paulo 2 x 0 Palmeiras
Corinthians 2 x 0 Santos
Sport 2 x 0 Flamengo
Vitória 2 x 2 Botafogo
São Paulo 1 x 1 Fluminense
Atlético-MG 3 x 1 Cruzeiro
Vasco 0 x 1 Flamengo
Atlético-PR 0 x 0 Botafogo
Palmeiras 2 x 0 Avaí
Atl.-MG 0 x 2 Corinthians
Cruzeiro 1 x 1 Santos
Atlético-PR 1 x 1 Coritiba
Fluminense 0 x 1 Palmeiras
São Paulo 1 x 0 Sport
São Paulo 2 x 1 Santos
Corinthians 3 x 2 Palmeiras
Botafogo 0 x 1 Atlético-PR
Chapecoense 2 x 1 Vitória
Fluminense 2 x 0 P. Preta
Coritiba 1 x 2 São Paulo
Atl.-GO 1 x 1 Fluminense

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