Retomada. Com a Covid-19 controlada no país, bola volta a rolar nesta sexta-feira
Os apaixonados por futebol em todo o planeta estão com saudades de ver a bola rolando. Com a pandemia do novo coronavírus afetando todos os continentes, o esporte mais popular do mundo parou. No Brasil, a paralisação já dura 50 dias e não há previsão para o retorno dos campeonatos. Em outros lugares, as competições foram suspensas ainda antes. Porém, na Coreia do Sul, a situação da Covid-19 está controlada e a bola volta a rolar oficialmente nesta sexta-feira.
O país asiático foi um dos primeiros afetados pela pandemia. A liga sul-coreana estava prevista para começar no dia 29 de fevereiro. Mais de dois meses depois, com o achatamento da curva de contágio a partir da metade de março, a federação local anunciou o início das principais divisões do campeonato para este dia 8 de maio. Como medida para evitar um novo surto no país, os jogos serão sem torcida nesta retomada.
Recentemente, o empresário de Montenegro, Bruno Herter, intermediou a transferência de três atletas para o futebol sul-coreano. Um deles já atuava na K-League (nome da liga da Coreia do Sul). Trata-se do zagueiro Nilson Júnior, 31 anos, que é agenciado por Herter desde 2017 e trocou o Bucheon FC pelo FC Anyang. Ele acertou com o novo clube por três anos.
Além do zagueiro, Bruno Herter também intermediou a ida do centroavante Maurides, 26 anos, para o FC Anyang. O jogador, que já atuou pelo Inter, estava no Changchun Yatai, da China. O outro atleta agenciado pelo empresário montenegrino que disputará a K-League a partir desta sexta-feira é o atacante Jefferson Baiano, 24 anos, que assinou contrato com o Bucheon FC. Ele pertencia ao Montedio Yamagata, do Japão.
O agente da cidade destaca os cuidados da Coreia do Sul para combater o novo coronavírus e acredita que os atletas estão seguros para iniciar a temporada. “Não é por acaso que a primeira liga a retornar será a da Coreia. Inclusive, os treinos não foram paralisados em nenhum momento e os salários estão sendo pagos em dia sem descontos. O país é referência no controle da Covid-19 no mundo inteiro e acredito que a liga tomou essa decisão com base em fundamentos. Não haverá torcida nos estádios nesse primeiro momento e os cuidados serão sempre minuciosos”, exalta.
Herter esteve na Coreia nos primeiros meses deste ano e voltou ao Brasil no dia 13 de março. No país asiático, pôde ver de perto as ações da população para combater a pandemia. “Fui levar o Nilson no início de janeiro e o Maurides em fevereiro. O controle era espetacular e os hábitos das pessoas também. Os atletas estão felizes com o retorno, pois precisam da competição em suas vidas”, pontua.
Mercado sul-coreano em ascensão
O período sem competições devido à pandemia impacta diretamente no trabalho de Bruno Herter. O empresário salienta que esse processo exige paciência e reforça que a prioridade neste momento é a saúde da população. “Os calendários estão indefinidos, precisamos aguardar para ver como serão as próximas janelas de transferências no meio do ano e quais mudanças terão no mercado. O maior prejuízo é em relação à saúde das pessoas. A medida principal agora é seguir as recomendações da OMS para darmos a volta por cima no futuro”, declara.
O empresário de Montenegro ainda observa o mercado sul-coreano em ascensão em comparação com outros países. “Para o mercado da Coreia do Sul, talvez esse momento seja uma oportunidade de levar jogadores mais valiosos do que durante o período normal, pois pagam em dia. Além disso, como muitas ligas não possuem ideia de retorno, a K-League pode dar certa visibilidade e estabilidade contínua na carreira dos atletas atuando por bons clubes coreanos por empréstimo”, acrescenta Herter.
Ele destaca também que a liga da Coreia do Sul vendeu os direitos de transmissão da competição nacional para 10 países, incluindo China e Croácia. Em relação ao mercado de transferências em todo o planeta, o montenegrino prega cautela para fazer uma avaliação concreta neste momento. “Só vamos saber como será o mercado mais perto do retorno, já que as ligas estão paradas e os atletas longe do condicionamento físico ideal”, completa.