Usuários querem opinar sobre a qualidade de transporte coletivo

Nova licitação está em andamento e população acredita que pode – e deve – contribuir com a definição de horários, itinerários e tarifas dos ônibus urbanos
O processo de licitação para o transporte coletivo urbano está em tramitação na Prefeitura Municipal de Montenegro. Porém, de acordo com o secretário municipal de Obras Públicas, Edar Borges Machado, como o contrato com a prestadora do serviço expira em janeiro, pode ocorrer uma renovação por mais alguns meses. Neste caso, a própria Viação Montenegro seguirá atuando, até que chegue ao fim a nova concorrência.
Basta andar de ônibus pela cidade para constatar a insatisfação de muitos usuários com o serviço. As reclamações são diversas, de horários ao valor cobrado pela passagem (R$ 3,00). As pessoas querem participar dessa discussão e têm muito a dizer sobre o que pode ser feito para qualificar o serviço. A Administração Municipal, porém, ainda não definiu como será esse processo e nem quando vai iniciar.


Andar de ônibus todos os dias, no mínimo duas vezes, ou eventualmente, como no caso do aposentado José Ribeiro dos Reis, de 71 anos, é indispensável para pessoas que, assim como ele, não têm outro meio de transporte. Reis acredita que alguns aspectos devem ser levados em conta pelo prestador do serviço, no caso, ainda, a Vimsa. De acordo com o aposentado, a qualidade de serviço ofertado tem de melhorar. “Conforme o horário, muita gente entra no ônibus e fica muito abafado. Além disso, o valor da passagem está alto. Mesmo eu não pagando, por ser aposentado, quem precisa se deslocar da Germano Henke até o Centro, por exemplo, pagará R$ 3,00”, declara.
Ele ainda salienta que os abrigos de ônibus não protegem contra a chuva e nem trazem conforto contra o calor forte “Só se a chuva é fraca, que não molha as pessoas. A estrutura atual não defende da água”, afirma. José ainda observa que outras empresas deveriam ter oportunidade de funcionar em Montenegro. “Não é só uma que tem direito”, ressalta.
Marli Terezinha da Rosa, 65 anos, moradora do bairro Rui Barbosa e usuária eventual do transporte, por outro lado, considera as condições do transporte coletivo satisfatórias. Inclusive dos abrigos espalhados pelos pontos de ônibus da cidade. “Não molhando a minha cabeça, está bom”, brinca.

Mais horários de ônibus, por favor

Uma das principais reivindicações feitas pelas pessoas que andam de ônibus é o acréscimo de horários nas linhas. As solicitações são principalmente no deslocamento a partir dos bairros.

usuários de transporte coletivo prestado pela Viação avaliam o serviço

Nair Flores Rocha, 65 anos, aposentada e moradora do bairro Santa Rita, explica que não tem reclamações sobre as instalações, já que os problemas são mínimos. “O único detalhe é que, onde eu moro, poderia passar mais ônibus no sábado. Nos outros dias da semana, passa regularmente”, conclui.
A mesma solicitação é feita por Tatiana Silva dos Santos, 39 anos, dona de casa. Ela, que anda de ônibus pelo menos três vezes por semana do bairro Rui Barbosa até a Timbaúva, acredita que são necessários mais horários que contemplem o trajeto onde mora. “A linha Progresso/Rui Barbosa, por exemplo, passa de meia em meia hora. Deveria ter mais disponibilidade”, reclama. Referente à tarifa do transporte, ela enfatiza que o preço está um tanto “salgado”.

Os abrigos não protegem

A estrutura física que atende aos que esperam o ônibus nas paradas também entra na avaliação dos usuários, mesmo não sendo de competência da empresa responsável pelo transporte coletivo.
De acordo com Aline Fernandes, 25 anos, desempregada e moradora do bairro Germano Henke, a situação dos abrigos no bairro em que reside é precária. “Em alguns pontos, a estrutura está danificada, com bancos estragados ou com a cobertura furada, fazendo com que, em dias de chuva, a água escorra por ali”, afirma
Queli Batista, 33 anos, cabeleireira, chama atenção para outro ponto. Ela, que se desloca eventualmente para o trabalho de ônibus, nota que alguns pontos de espera deveriam ser instalados por Montenegro. “Deveria haver mais locais de parada de transporte próximo às casas. Tem quem precise descer longe da residência pela ausência de abrigos mais perto”, explica. Apesar da particularidade, Queli acredita que a situação do transporte da cidade está melhor do que já foi em outras épocas. Segundo ela, a condição de só uma empresa atuar há tanto tempo na cidade faz com que valores e horários sejam impostos da maneira que bem entenderem.

 

A OPINIÃO DE QUEM ANDA DE ÔNIBUS 

 

Júlio Cézar da Silva de Souza, 29 anos, morador do bairro Germano Henke: “Pego o ônibus quase diariamente. As condições da estrutura poderiam ser um pouco melhores, com bancos mais confortáveis e limpeza. O preço da passagem está muito alto. A cidade é pequena e um dos lugares mais caros é aqui. Se melhorasse o serviço ou instalassem ar-condicionado, eu até aceitaria pagar mais pelo deslocamento. E caso tivesse outra empresa, eles iam competir com a atual e a taxa diminuiria. Como só tem a Vimsa, temos que pagar o valor que a empresa impõe.”

 

Elisângela da Rosa Lopes, 18 anos, desempregada, moradora do bairro Aeroclube: “Pego ônibus todos os dias para vir até o Centro, na minha tia. Acho que dever
iam colocar cinto de segurança para os usuários, pois caso aconteça um acidente, como ficariam as pessoas? Nunca se sabe, né! E deveria haver ar-condicionado, pelo menos no verão. Caso instalassem, eu pagaria a mais na passagem. Por enquanto, para mim, o valor cobrado está ótimo.”

 

Laís Vargas Pereira, 24 anos, estudante de Pedagogia, moradora do bairro Estação: “A passagem está muito cara pelo serviço prestado. Alguns ônibus estão em condições
precárias. Se tivessem ar-condicionado, eu até pagaria a mais, porque, quando está superlotado, o transporte fica muito abafado. Precisa ainda de mais horários de ônibus no bairro Estação. Em fins de semana, eu tenho que ir até a faixa pegar. Depois de certo horário, durante a semana, também tenho que descer longe, lá em cima, e ir a pé até em casa, o que acaba se tornando perigoso.”

 

Maria Luisa da Silva, 22 anos, vendedora, moradora do bairro Santa Rita/Senai: “Deveria ter mais horários disponíveis de deslocamento bairro/Centro. Esse é o principal ponto de melhoria. Apesar do valor não estar muito elevado, vindo outra empresa para cá e oferecendo os serviços de transporte coletivo, eles reduziriam o valor da passagem. Se a qualidade fosse boa, ninguém se importaria de ter tanto tempo uma mesma empresa, como a Vimsa, prestando o serviço na cidade.”

 

Suzana Oliveira Machado, 65 anos, dona de casa, moradora do bairro Olaria: “Não tenho queixas a serem feitas. Sempre pego o mesmo ônibus, sou bem tratada. Tenho até a carteirinha da Viação. Quanto à limpeza dos ônibus, com o entra e sai de pessoas, não há como manter impecável sempre. As paradas estão em boas condições, para o bairro que moro, e temos muitos horários de ônibus disponíveis. No geral, estou satisfeita com o serviço que está sendo prestado.”

 

 

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