Testes confirmam: são lacraias!

Animais peçonhentos saem das torneiras em uma residência do Senai

O Serviço de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal da Saúde informou que as larvas encontradas em torneiras de uma residência na rua dos Imigrantes, bairro Senai, não oferecem risco à saúde humana e que foram identificadas como centopeias ou lacraias, como se imaginava inicialmente.

Segundo a proprietária da residência, Araci Maria de Vargas de Quadros, de 47 anos, servidores do órgão a visitaram duas vezes desde que o caso foi publicado pelo Jornal Ibiá. A primeira vez foi para coletar amostras e, posteriormente, para dar um parecer sobre a identificação da espécie. “O moço que veio aqui para dar o laudo, ainda na semana passada, afirmou que as larvas não são perigosas e que há mais de 1.000 espécies delas”, explica. Mas, independentemente do resultado, a dúvida agora é sobre como proceder para eliminar os animais.

A Vigilância divulgou que o resultado das amostras, emitido pelo Centro de Informações Toxicológicas no dia 31 de janeiro, indicou que os bichos são da espécie cientificamente conhecida por Scolopocryptops. “Estes exemplares têm hábitos noturnos, evitam a luz, permanecendo em locais escuros. Vivem em matas úmidas, embaixo de troncos e pedras. Como são animais carnívoros, tentam capturar insetos para se alimentar e procuram fontes de água para beber. Provavelmente eles estavam procurando água e por isso foram encontrados nas saídas das pias e tanques da residência. Esta casa, inclusive, tem uma área grande de vegetação no pátio”, informa o setor, em nota à imprensa.

De acordo com o órgão, a espécie não oferece riscos aos seres humanos. A produção de veneno é somente para captura de outros insetos.

A orientação passada à família é de que, como medida preventiva, baratas, formigas e cupins, que servem de alimentos às centopéias, sejam erradicados da residência. Ralos da cozinha, banheiro e caixas de gordura devem ser higienizados com regularidade e vedados quando não estiverem em uso.

“Já o quintal deve ser mantido limpo, com a grama aparada e folhas caídas ou inços retirados. As plantas ornamentais ou trepadeiras devem ser afastadas das paredes. Evitar o acúmulo de restos de construção, galhos de árvores e objetos em desuso também é indicado”, conclui.

Laudo da Vigilância Sanitária de Montenegro constatou que as larvas que saem das torneiras em casa do Senai são centopéias

Relembre o caso
O caso peculiar veio à tona na semana passada. O relato era de que torneiras em uma casa na rua dos Imigrantes, bairro Senai, vêm expelindo com a água pequenos animais semelhantes a lacraias. De acordo com uma das moradoras, Antoninha Gonçalves de Vargas, 78 anos, em certa ocasião saíram nove larvas da água de uma só vez. O fato, que acontece eventualmente, ocorre nas torneiras da cozinha e junto ao tanque de lavar roupas, nos fundos. Como a situação envolve uma substância tão essencial à vida — a água — a apreensão maior, por parte da família, é a questão salubre. Araci Maria de Vargas de Quadros, de 47 anos, afirma que o filho tem optado por ingerir a substância fora de casa. “Como saber se as dores de barriga e diversas epidemias pela cidade não são disso?”, indaga.

Os três netos dela também vivem na residência. A família toda aguardou ansiosa pelo parecer da Vigilância Sanitária, que colheu amostras para analisar se os animais eram ou não peçonhentos e como proceder para solucionar o problema.

Corsan não é responsável
De acordo com Lutero Fracasso, chefe da Unidade Corsan em Montenegro, a companhia visitou o local e constatou a impossibilidade das centopéias terem vindo através das tubulações de água potável. “Trata-se de uma residência em que são criadas varias espécies de animais domésticos. Há umidade e vegetação bastante densa no entorno da casa. Trata-se de uma ocorrência pontual, a qual não foi registrada na Corsan.” Segundo o chefe, coletas de água da residência foram feitas para análise. “O resultado das amostras demonstra que se está plenamente dentro dos padrões das portarias vigentes”, conclui.

Saiba Mais
Apesar de seu veneno não ser muito perigoso para o ser humano, as lacraias, também conhecidas como centopeias ou escolopendras, são animais peçonhentos, podendo ter entre 15 e 177 pares de pernas, e que atuam com eficiência como predadores de outros insetos e até de animais de porte maior, tais quais anfíbios, pequenos camundongos e mesmo serpentes de pequeno porte.

Esses animais podem chegar a 50 centímetros de comprimento de seu corpo achatado, possuindo ainda um par de antenas, dois pares de maxilas e duas patas adaptadas como mandíbulas inoculadoras de veneno.

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