Paulo Azeredo vai usar experiência política como “arma” na disputa pelo 6º mandato

CANDIDATO critica gestão de recursos públicos e cobra união para pleitear demandas no Vale

O candidato a deputado estadual pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) Paulo Azeredo, de 65 anos, foi o primeiro entrevistado na série de entrevistas realizadas às quartas-feiras, no Programa Estúdio Ibiá, na Rádio Ibiá Web.
Azeredo respondeu aos questionamentos feitos pela apresentadora do Estúdio Ibiá, Mara Rúbia Flores, e pontuou os argumentos que pretende usar para conquistar sua sexta participação como deputado do Rio Grande do Sul.
Azeredo é vereador em Montenegro, já foi deputado estadual por cinco mandatos, secretário de Estado, vereador entre 1989 e 1992 e prefeito entre 2013 e 2015. Essa experiência credencia o candidato para a disputa. Confira os principais pontos da entrevista:

Ibiá: O deputado estadual tem como função legislar — propondo, debatendo e votando leis para o Estado, e também fiscalizando o trabalho do governador. Qual será o principal norte da sua atuação, se eleito?
Paulo Azeredo: Mesmo que a gente tenha conhecimento da atividade parlamentar, sempre surgem coisas novas. Quando deputado estadual, víamos a união em Caxias do Sul para retirar um pedágio de lá. Na nossa região, estamos ficando cercados de pedágios e não conseguimos evitar isso, porque não temos união para lutar contra. Essa representatividade se faz necessária, independente de quem ganhar a eleição. Há 10 anos não se tem um representante de Montenegro eleito. Vemos sete nomes concorrendo, é uma disputa legal, mas demonstra nossa falta de união.
Temos no Vale do Caí cerca de 280 a 300 mil eleitores. Em Montenegro, temos 45 mil eleitores. Um deputado Estadual é eleito com uma média de 25 a 30 mil votos. Nós temos votos suficientes em Montenegro para sempre eleger um deputado estadual, mas há falta de união para elegermos um representante e para demandarmos o que precisamos para a região.

Ibiá: Na região, temos a perspectiva de instalação de dois pedágios. Um na divisa entre Montenegro e Capela de Santana e outro em São Sebastião do Caí. O senhor acredita ser possível suspender a instalação destes pedágios?
Paulo Azeredo: Acredito que ainda é possível reverter a instalação de novos pedágios se houver união para isso. Há notícia de que será feito um pedágio em direção ao Caí e outro passando as pontes, antes de Segredo, para evitar rota de fuga. Falei com os prefeitos de São Sebastião do Caí e de Portão para nos somarmos a Frente Parlamentar contra os pedágios.
A minha posição é que se mantenha o pedágio onde está. Se há 30 anos está no Rincão do Cascalho, por que tem que mudar agora? Minha posição pessoal é construirmos na união para mantermos o pedágio de Portão, com cobrança de ida e volta.

Ibiá: Qual o seu principal diferencial, em relação aos sete candidatos locais? Argumento que convença o eleitor a votar no senhor e não nos outros candidatos?
Paulo Azeredo: Vivemos em uma democracia, mas, o eleitor tem que fazer uma avaliação. Vamos mostrar o que fizemos aos 47 mil eleitores, se conseguirmos 25 mil votos, só Montenegro já elege um deputado.
Algumas ações pontuais demonstram a importância de termos representante. A questão da duplicação da BR-386, por exemplo, participamos de reuniões. A UTI do Hospital Montenegro tinha sete leitos, foi fechada, fizemos uma campanha, vendemos 21 mil camisetas na região, conseguimos R$ 218 mil e reformamos a UTI. São ações que se somam.

Ibiá: Tendo em vista, a perspectiva de queda de arrecadação para 2023 e a necessidade, cada vez maior, de orçamento para as mais diversas áreas, o senhor votaria a favor de aumento de alíquotas do ICMS, se o Governador propor?
Paulo Azeredo: Não voto a favor, de forma nenhuma. Votei a favor uma vez por que o governador da época disse que se o ICMS não fosse aumentado não se teria recursos pra Saúde e pra Educação no ano seguinte. Aprovamos o aumento e levamos o maior massacre da sociedade por ter votado aquilo que o Governo demandou. Nunca mais voto aumento nessa ordem. Temos que estar ao lado da população.

Ibiá: Qual a sua posição quanto à Revisão do Regime de Recuperação Fiscal que vem sendo proposto por candidatos ao Governo do Estado e a Assembleia?
Paulo Azeredo: O que vejo nas negociações existentes em âmbito Estadual e Federal é que se tem caminhos para isto. Na época da Prefeita Madalena Bühler, em Montenegro, tínhamos a dívida do projeto Cura, fomos a Porto Alegre e repactuamos essa dívida por um período maior e retirando menos recursos da nossa cidade. O Estado tem todo o direito de renegociar.

O candidato busca sua 6ª eleição ao Legislativo gaúcho

Ibiá: Como o deputado Paulo Azeredo vai votar ou se posicionar em relação a privatizações?
Paulo Azeredo: Sou totalmente contrário à privatização. Existe muita falta de controle dos gastos públicos. A Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), por exemplo, fazia um grande trabalho e foi extinta. O Estado falha na gestão dos seus próprios recursos. Tem alguns interesses capitais nesse sentido.

Ibiá: Um dos principais problemas enfrentados pela população gaúcha é o acesso a consultas especializadas. Hoje, na Central de Regulação do Estado quase 200 mil pessoas aguardam por atendimento. Como o senhor acredita que os deputados podem contribuir para mudar esta realidade?
Paulo Azeredo: Se as emendas de deputados estaduais e federais e a emenda impositiva que os vereadores têm fossem canalizadas para atender a demanda da comunidade, já resolveríamos isso. Se canalizasse apenas isso para a Saúde, teríamos a solução. Existe uma má gestão em relação à Saúde.

Ibiá: Sua primeira eleição a deputado foi em 1994, quando fez no Estado 22.533 votos. O senhor lembra quantos votos fez em Montenegro?
Paulo Azeredo: Não lembro mais. Acho que em torno de 8 a 10 mil votos, em Montenegro.

Ibiá: Qual a principal diferença, no cenário político, entre 1994 e 2022, na busca de uma cadeira no parlamento estadual?
Paulo Azeredo: É um cenário muito abstrato. Em nível nacional, as eleições estão muito polarizadas. Isso também traz reflexos para a cidade. É preciso focar na representatividade.

Ibiá: 2002 foi a eleição em que o senhor conquistou sua maior votação – 41.575 votos – a que atribui em seu desempenho como parlamentar à época, que resultou numa resposta tão positiva do eleitor?
Paulo Azeredo: Não sei exatamente. Tínhamos muito envolvimento com questões da agricultura, Ceasa, fiscalização sanitária do câncro cítrico. Em outro momento, fui ouvidor da Assemblaia, e com reuniões conseguimos atender muitas demandas. São ações que se faz e muitas vezes dão resultados.

Ibiá: Que compromissos o senhor irá assumir com os eleitores de Montenegro e região?
Paulo Azeredo: Queremos a implementação da creche noturna, para atender mulheres que trabalham a noite e não têm onde deixar o filho. Também queremos escola de turno integral.
Outra questão que nós sugerimos é que o valor pago pelos condutores nos pedágios possa ser abatido do valor do IPVA.

Bate-Pronto
Em quem o senhor vai votar para Presidente da República?
Ciro Gomes

Para o Senado?
Ronaldo Teixeira, o Professor Nado

Deputado Federal?
Juliana Brizola

Governador?
Vieira da Cunha

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