Mais segurança. Estado atende reivindicação na 240, mas demandas locais não têm previsão de atendimento
Ficou bacana. O novo trevo de acesso a Capela de Santana, na ERS-240, está praticamente pronto. Resta apenas finalizar a colocação de placas de sinalização. Iniciadas em 10 de janeiro, as obras custaram cerca de R$ 1 milhão e foram executadas pela construtora Toniolo Busnello, mediante contrato com a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que usou recursos do pedágio de Portão para o custeio.
A principal mudança contempla os motoristas que precisam cruzar de um lado a outro da estrada. Antes, era preciso aguardar oportunidade de ambos os lados — mesma situação que ocorre na área urbana da RSC-287 e que leva a frequentes acidentes —, mas agora se passa um sentido por vez, o que deve minimizar o risco de colisões.
Reivindicação antiga da comunidade e reforçada ainda em 2014 pelos membros do Conselho Comunitário de Região de Rodovia Pedagiada (Corepe) do trecho 3 (ligado ao pedágio de Portão), uma instância social de decisão que o governo Sartori tenta desmobilizar e tirar autonomia por meio de decretos recentemente publicados, a rótula fechada trouxe nova camada asfáltica, canteiros redesenhados e ampliados, nova sinalização vertical e horizontal e melhoria da iluminação. Até passeios pavimentados para pedestres foram construídos na margem da 240.
Na visão do comandante do Grupo de Montenegro do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), Gilceu Pes, o projeto foi bem pensado e executado. “Melhorou bastante. Ficou mais seguro transitar pelo local, mesmo com a retirada da lombada eletrônica. Mesmo com esse controlador, inúmeros acidentes foram registrados ali”, relata. A expectativa do policial rodoviário é de que as placas com limite de velocidade de 50 km/h e o novo traçado da rodovia, que impõe ao condutor curvas suaves à direita, sejam suficientes para conter os abusos no acelerador. Segundo ele, o tráfego no local também ficou mais disciplinado, pois há faixas específicas para quem for fazer o retorno ou entrar na cidade de Capela de Santana.
Comunidade está sem a sua principal parada de ônibus
O sargento Gilceu relata que a conclusão do projeto depende apenas de algumas placas de sinalização, que têm vindo em bom número, e da reconstrução do ponto de ônibus na margem da rodovia, no sentido interior-capital. A parada precisou ser desmanchada em função das obras de recuperação da rotatória.
O Jornal Ibiá procurou a Prefeitura de Capela de Santana no dia 17 de março pedindo explicações, mas até ontem não houve nenhum retorno. Enquanto isto, os passageiros, no principal ponto de ônibus do município, precisam aguardar em pé, sem nenhum abrigo do sol ou da chuva.

Para Montenegro, nenhuma previsão de melhorias ainda
Enquanto Capela de Santana comemora a chegada da nova rótula, Montenegro espera sentado por mudanças na intersecção das rodovias estaduais 240 e 287 com a BR-470 e rua Buarque de Macedo. Responsabilidade da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), a rótula só não é pior do que os cruzamentos da 287 com a Ramiro Barcelos e a Coronel Antônio Inácio, mas o problema é que essa estrada, ao contrário da 240, tem sua manutenção nas mãos do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), que não presta um serviço adequado na região há muito tempo.
Em nota, a EGR afirmou, no último dia 13, que não há nenhum estudo para recuperar o chamado Trevo do Posto Shell. Contudo, no mês de janeiro, o diretor técnico da estatal, Milton Cypel, comentou que essa obra se tornou uma possibilidade quando a responsabilidade pelo trecho passou do Daer para a EGR mediante decreto do governador José Ivo Sartori. Entretanto, o investimento não consta no Plano de Metas para 2017. Apenas “decisões políticas” das autoridades estaduais poderiam modificar essa situação, disse o diretor. Além disso, Cypel declarou em fevereiro, em entrevista à imprensa, que haverá melhorias no local, porém não estipulou datas para a realização.
Em entrevista ao Ibiá no mês de janeiro, a subseção Montenegro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ponderou que a ideia da rótula já não é a mais indicada devido aos gargalos que ali se formam nos horários de pico diariamente. A medida mais apropriada, diz a entidade, é a construção de um viaduto no local.
para relembrar
O trevo do Posto Shell foi criado em 2006, mediante uma ação simplória: a colocação de algumas placas e malas de concreto após diversos protestos da comunidade montenegrina e de uma mobilização do Instituto Zero Acidente. Foi a resposta do Daer para os constantes acidentes graves no local. Houve duas mortes num período de 40 dias.
Em 2014, a EGR fez melhorias na rotatória, com recuperação da sinalização, do pavimento e conserto de um problema na rede de drenagem. As malas de concreto, porém, continuam no local exercendo a função improvisada de rótula. À noite, a iluminação é precária, o agrava o risco de acidentes. Placas de sinalização foram abandonadas.