Sábado de sol contribuiu para que amantes e apreciadores de motocicletas comparecessem ao Parque Centenário
O sábado ensolarado contribuiu com as comemorações do 18º aniversário dos Motociclistas Fantasmas, no Parque Centenário. A entidade montenegrina, como tradicionalmente faz, organizou o evento com shows, participação de expositores e muita irmandade.

Centenas de motociclistas de regiões da Serra, Vale do Caí, Grande Porto Alegre e até da fronteira de países vizinhos e outros estados, como Santa Catarina, compareceram. “O ano passado, com o mal tempo, o evento ficou prejudicado. Mas nessa edição o tempo ajudou bastante. Tivemos aqui, aproximadamente 600 motos de 125cc até1800cc. E a expectativa é a circulação de 8 mil pessoas até o fim da comemoração”, destaca o presidente do grupo organizador, Gerson Tasca.
Orgulhoso da trajetória do motoclube desde seu nascimento em 2000, conta que em 2016 a comemorativa rendeu o título de melhor festa de aniversário de um motoclube, concedido pela Associação dos Motociclistas do Rio Grande do Sul. Ogrupo contava, em seu início, com apenas três integrantes. Atualmente são 26 ativos e duas facções, uma em Bento Gonçalves, com oito participantes, outra em Canoas, com seis.
“Hoje, o evento de moto é um dos que mais fomenta o turismo em uma região. Sempre são aguardados participantes de todas as partes do Estado, Brasil e até de outros países. Então, por isso, podemos afirmar que Montenegro está na rota internacional de motociclismo”, relata.
Tasca salienta que além de hobbie e paixão reunida, os eventos possibilitam reencontros e confraternização entre amigos. “E as faixas etárias são as mais variadas. No nosso motoclube, por exemplo, dos 19 aos 68 anos. Para quem anda de moto a idade não interessa, mas sim o espírito de aventura. Fazemos parte da viagem, da paisagem. E quando estamos na estrada, embaixo de um capacete, somos todos iguais. E é essa humildade, de respeitar, zelar pelos colegas que nos faz uma fraternidade”, descreve.
Muita vontade envolvida
Até 2009, o presidente Tasca relata que os eventos tinham duração de três dias. Porém, com a falta de apoio e estrutura adequada para recebimento dos participantes, precisou ser reduzido a um dia. Mas há planos futuros, segundo ele, de retornar com as atividades de maior duração. “Não temos fins lucrativos, tiramos do próprio bolso, com pequenos patrocínios. Há muita vontade envolvida. Para que o projeto se torne uma realidade, dependemos de uma revitalização do Parque. Pra a comemoração, nós, organizadores nos mobilizamos, arrumamos a iluminação e realizamos a limpeza para receber o público. E sempre entregamos ao município o parque em melhores condições até do que estava”.
Bom coração e empatia pelo próximo

Luis Sergio da Silva Ferreira e a companheira Maricia Elene de Vargas são um motocasal montenegrino. Participam dos eventos de motocicletas há cinco anos, percorrendo encontros em cima de sua moto estradeira, conquistando novas amizades e compartilhando do estilo de vida “livre e arriscado”.
“Sempre há risco de estar na estrada. Nunca se sabe o que será encontrado na próxima curva. E isso também desperta a irmandade em ajudar ao próximo, independentemente de quem seja ou qual moto tenha. Pois um dia pode ser você precisando”, explica Luis.
Ele também acredita que ainda existe muito estigma em cima desse estilo de vida. Roupas de couro, coletes e bandanas fazem as pessoas associarem motociclistas a pessoas ruins, cheias de marra. “Temos um bom coração, somos sensíveis. O colete nos identifica, assim como o couro nos protege do vento e da chuva na estrada”, conclui.

E não há idade para apreciar e embarcar na jornada motociclista. Iara Gonzatto, 64 anos e o namorado Horst Zitzmann, 71 há cinco viajam pelas redondezas de sua cidade de morada, Porto Alegre. No ano passado, já tiveram a oportunidade de visitarem Montenegro, no 17° aniversário dos Motociclistas Fantasmas. “A paixão iniciou com ele, mas depois eu também me apaixonei. O evento desse ano estava muito bom, bem organizado”, conclui Iara.