Montenegro perdeu 45 postos de trabalho em maio

Dados do Caged mostram retração também na região

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou recentemente os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes ao mês de maio. Em Montenegro, os números indicam um cenário preocupante, especialmente nos setores de Serviços e Comércio, fortemente impactados pelos eventos climáticos.

Em maio, Montenegro registrou um saldo negativo de empregos, com 644 admissões contra 689 desligamentos, resultando em uma perda de 45 vagas. O mês foi marcado pelas cheias do Rio Caí, que afetaram diretamente diversos setores econômicos. A Construção foi o único setor com saldo positivo, registrando um aumento de 20 vagas. O resultado foi puxado pela área de obras de infraestrutura, que gerou 34 novos postos de trabalho, já na área de construção de edifícios houve queda de 24 vagas.

A Agropecuária teve um pequeno saldo negativo de 4 vagas. Já a Indústria registrou uma redução de 13 vagas e o Comércio enfrentou uma perda de 20 vagas, com destaque negativo para a área do comércio varejista, que perdeu 25 vagas. O setor de Serviços foi o mais afetado, com uma redução de 28 vagas. Dentro deste setor, a área de alojamento e alimentação foi a mais atingida, perdendo 29 vagas.

Acumulado de 2024
Os dados acumulados dos primeiros cinco meses de 2024 também mostram um panorama desafiador para Montenegro. O saldo acumulado de empregos é negativo, com 4.188 admissões e 4.513 desligamentos, resultando em uma perda de 325 vagas no total. Apesar das dificuldades em maio, o setor de Serviços registrou um saldo positivo de 46 vagas nos cinco primeiros meses do ano, com destaque para as atividades profissionais, científicas e técnicas, que criaram 37 vagas.

A Agropecuária apresentou um crescimento modesto, com um saldo positivo de 37 vagas, com a área de agricultura, pecuária e serviços relacionados adicionando 36 novos postos de trabalho. A Indústria enfrentou uma perda de 30 vagas e o Comércio registrou uma queda significativa, com um saldo negativo de 67 vagas. Nesse setor, a área de comércio varejista foi a mais afetada, com uma redução de 96 vagas, enquanto a área de comércio e reparação de veículos teve a criação de 14 postos de trabalho. O setor com maior perda acumulada foi a Construção, registrando uma redução de 311 vagas, com a área de obras de infraestrutura contribuindo com a maior queda, perdendo 257 vagas nos primeiros cinco meses do ano.

Impacto das cheias e recuperação econômica
Segundo o Secretário de Desenvolvimento Econômico (SMDEC) de Montenegro, Robson Santos, os números do Caged refletem diretamente os impactos das enchentes que atingiram a cidade e a economia local. Ele destacou que as enchentes afetaram não apenas as empresas localizadas em áreas alagadiças, mas também geraram uma retração generalizada no comércio e na indústria.

Robson pontua que muitas empresas, ao sofrerem danos significativos, optam por reduzir seu quadro de funcionários como uma medida para cortar despesas. “Um dos maiores gargalos do comércio e da indústria é a folha de pagamento. Quando as empresas sofrem algum tipo de dano, um dos primeiros pontos que elas acabam optando para reduzir as suas despesas é a folha de pagamento,” afirmou.

Durante cerca de 30 dias, as enchentes deixaram um rastro de prejuízos e incertezas, obrigando as empresas afetadas a tomar decisões difíceis. “Essas empresas optam por essa redução como uma forma de tentar se manter viáveis em um cenário de crise,” observou o secretário. Além das empresas diretamente afetadas pelas águas, Santos destacou que houve uma diminuição geral na atividade econômica. “Mesmo as empresas que não estão nas áreas alagadiças sentiram o impacto, pois houve uma redução normal do comércio. As pessoas que perderam seus bens acabam priorizando a compra de itens essenciais, como móveis e colchões, direcionando seu dinheiro para essas necessidades básicas,” explicou.

Ele ainda mencionou que a catástrofe coincidiu com o Dia dos Namorados, uma data que normalmente aquece o comércio local. No entanto, a tragédia gerou uma desaceleração na economia, resultando em menos vendas e contribuindo para os números negativos do Caged. “Toda a cidade estava envolta na tragédia e isso desacelerou a economia,” comentou.

Apesar do cenário desafiador, o secretário se mostrou otimista em relação ao futuro. Ele acredita que, com a aproximação do final do ano e datas comerciais importantes, como o Dia dos Pais, a Black Friday e o Natal, o comércio de Montenegro deverá se recuperar gradativamente. “Acreditamos que, com o tempo, o comércio volte a ser aquecido e essas vagas possam ser restabelecidas, permitindo que a cidade retorne à normalidade após esse evento,” concluiu.

Retração na região
Na região, o cenário se repete, com destaque para Pareci Novo, que teve perda de postos de trabalho em todos os setores no mês de maio. O município, que foi um dos mais afetados pela enchente, fechou o mês com 17 vagas perdidas, sendo o comércio e a indústria com maior retração.

São José do Sul teve nove postos de trabalho fechados no acumulado do mês, com destaque para o setor de serviços, que registrou seis vagas encerradas. Apenas o setor agropecuário, no município, teve saldo positivo, com um vaga aberta.
Em Brochier, o setor industrial foi o mais afetado, com o fechamento de 10 vagas. Já a agropecuária abriu quatro postos.

Apenas Maratá fechou o mês com saldo positivo, acumulando a abertura de 11 postos de trabalho durante o período, sendo que 9 delas foram na área de construção.

Dados dos municípios da região mês de maio
Montenegro
Construção 20
Agropecuária -4
Indústria -13
Comércio -20
Serviços -28
Saldo -45

Brochier
Agropecuária 4
Comércio 2
Construção 0
Serviços -5
Indústria -10
Saldo -9

Maratá
Construção 9
Serviços 2
Agropecuária 1
Comércio 1
Indústria -2
Saldo 11

Pareci Novo
Agropecuária -3
Serviços -3
Comércio -5
Indústria -6
Saldo -17

São José do Sul
Agropecuária 1
Indústria -1
Construção -1
Comércio -2
Serviços -6
Saldo -9

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