Montenegro segue em alerta diante da elevação progressiva do nível do Rio Caí. Conforme Clóvis Pereira, coordenador da Defesa Civil, a enchente deste domingo, 29, tende a superar a da semana anterior. Às 23 horas, o rio deve alcançar 7,17 metros, com tendência de aumento durante a madrugada. A projeção é que o pico supere em 30 a 40 centímetros o registrado na última cheia.
De acordo com Pereira, o plano de contingência municipal está em funcionamento desde sexta-feira. Os bairros estão divididos em setores e as remoções seguem conforme a água avança. O monitoramento ocorre 24 horas por dia, com apoio das salas de controle da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e do governo estadual.
A geógrafa Aline Rosa explica que o planejamento considera as cotas de cheia. Desde sábado, equipes estão mobilizadas para alertar e retirar moradores das áreas com risco de alagamento. As decisões de novas remoções dependerão da vazão das águas vindas da Serra.
Na área da assistência social, o abrigo municipal foi reestruturado para receber até 300 pessoas. Segundo o secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania, Vitor Cardoso, sete famílias, totalizando 43 pessoas, já estão no Ginásio Azulão. Ao longo do domingo, caminhões circularam pela cidade recolhendo móveis das residências afetadas. Os pertences estão sendo levados ao depósito da Prefeitura ou para casas de parentes indicadas pelas famílias.O recolhimento continuará enquanto houver acesso às ruas. Caso a marca de 7,20 metros seja atingida, o trabalho será interrompido.
Os abrigados no ginásio estão recebendo alimentação, colchões e cobertas.Entre os atendidos está Marcos Nunes, 60 anos, morador da rua Otaviano de Souza, no bairro Industrial. Ele foi retirado de casa na manhã deste domingo pela equipe da Prefeitura. Nunes vive em uma residência alugada ao nível do chão e afirma que qualquer alagamento afeta sua casa. Ele relata que esta é a segunda enchente do ano e calcula ter enfrentado ao menos 10 nos últimos oito anos.
“Sempre que alaga, a água entra na casa. Na semana passada, ficamos três ou quatro dias no abrigo. Agora levantamos tudo de novo. Disseram que essa enchente vai ser maior” relata.
As equipes seguem em campo acompanhando a evolução do rio e prestando suporte às famílias atingidas. O cenário depende da continuidade das chuvas e do volume de água que desce da Serra.
