Moradora de Montenegro comemora a vitória e aguarda o documento tão esperado para os próximos dias
A analista de departamento de pessoal Júlia Hamann, 41 anos, conseguiu decisão favorável da Justiça para ter de volta o direito de dirigir. Ela havia sido impedida de renovar sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) devido a um problema físico. Vencendo uma batalha judicial, Júlia provou que pode conduzir carro e motocicleta sem necessidade de veículo adaptado.
Júlia tem um fusca e uma motocicleta e a deficiência na mão esquerda nunca a impediu de conduzi-los, inclusive já tinha a CHN comum há 14 anos. A deficiência a acompanha desde o nascimento e ela garante que afeta mais a parte estética do que a coordenação motora. Por isso, nunca sentiu necessidade de usar um veículo adaptado nos deslocamentos.
A situação de Júlia foi divulgada em março pelo Jornal Ibiá, quando ela decidiu ingressar na Justiça para conseguir a renovação da CNH. A condutora afirma que quis provar a capacidade para dirigir um veículo comum e, por isso, propôs realizar uma prova prática no Detran. O exame ocorreu no dia 27 de agosto, em Porto Alegre, com a presença de um fiscal e um médico credenciado pelo Departamento.
Para isso, Júlia usou o carro e a moto dela para mostrar que ambos são comuns, sem adaptações. Ela acrescenta que foi considerada apta e, desta forma, conseguiu a decisão favorável na Justiça. Sua expectativa é receber o documento nos próximos dias. Júlia antecipa que alguns grupos de motociclistas já propuseram realizar uma passeata após ser emitida a CNH dela. “É o resultado de uma luta”, resume.
Júlia observa os transtornos gerados pela situação durante esses meses, sem poder usar o carro nem a moto para suas atividades de rotina, seja para ir ao local de trabalho, como para atividades de lazer. “Tive que reformar eles (os veículos) porque ficaram parados todos esses meses”, afirma. Ela ganhou a primeira batalha, mas o processo continua, pois sua ação inclui pedido de indenização por danos psicológicos e morais, o que ainda está sendo analisado pela Justiça. Satisfeita com a vitória já alcançada, Júlia observa que o resultado da ação servirá de jurisprudência, auxiliando outras pessoas que passam por situação semelhante.