De acordo com a mãe do rapaz de 20 anos, ele foi agredido por seguranças
Um jovem ferido após confusão na saída de uma festa no Clube Riograndense, em Montenegro, na madrugada de domingo, 23, segue internado no Hospital Montenegro (HM). Com traumatismo craniano, ele deve ficar em observação por mais alguns dias.
Jean Lucas de Oliveira, 20 anos, teria sido agredido por seguranças contratados pela empresa Mais Produtora, de Lajeado, responsável pelo evento. De acordo com a mãe dele, a recepcionista Ivanir Garcia, 44 anos, os profissionais suspeitaram que ele iria furtar bebidas e o retiraram do local. Indignado, teria sido agredido após protestar.
Ainda segundo o relato da mãe, havia quatro seguranças envolvidos. Jean Lucas reagiu, então pelo menos dois dos homens teriam aumentado as agressões. A confusão iniciou em frente ao clube e só terminou na esquina da Ramiro Barcelos com a rua São João, junto à agência do Bradesco.
Ivanir diz que o jovem foi derrubado e chutado quando estava no chão. Com a queda, ele bateu a cabeça na calçada com força e ficou inconsciente. Jean Lucas foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao HM, onde permanecia nesta segunda-feira, 24.
A mãe define o episódio como uma covardia. “Ele errou por ter reagido, mas não aceitou porque não tinha feito nada. Os seguranças empurraram ele e disseram que iam bater nele. Ele disse ‘como vocês vão me bater?’, então partiram para cima dele”, afirma. Foi uma covardia o que fizeram, está com o corpo todo machucado”, sublinha. “Meu Deus, eu estou indignada. Ele nunca se envolveu em coisa errada, tem a ficha limpa, trabalha”, completa.
Produtora nega agressão
A Mais Produtora se manifestou por meio de seu advogado, Leandro Caser. Ele nega que tenha havido qualquer tipo de ato violento contra Jean Lucas. Segundo o profissional, o rapaz teria tentado pegar bebidas sem pagar e, por isso, foi retirado da festa. Na rua, segundo ele, começou a xingar os seguranças e tentou voltar para a festa. Então, teria desferido um soco em um deles e fugido, correndo.
Leandro acrescenta que um segurança perseguiu o rapaz com a intenção de imobilizá-lo e acionar a Brigada Militar. O advogado argumenta que, ao se virar para ver se havia alguém, atrás dele, Jean se descuidou e acabou atingindo uma parede da agência do Bradesco. Em decorrência disso, caiu e bateu a cabeça. O advogado vai entrar com um requerimento junto à Polícia Civil para obter as imagens das câmeras de monitoramento dos arredores. “Os seguranças declaram de forma veemente não ter encostado no rapaz, que em momento nenhum, agrediram ele”, resume.
A festa era de pré-formatura do Colégio São João Batista. A diretora da Escola, Valéria Rodrigues Graça, destaca o fato de a instituição não ter nenhuma relação com a realização de festas ou excursões. De acordo com a professora, os alunos montaram uma comissão de formatura e a empresa terceirizada foi contratada com a anuência dos pais. “Não podemos nos envolver com nada que tenha bebida alcoólica. Nós, da direção da escola, nem fomos comunicados sobre esta festa. A nossa responsabilidade é com relação à solenidade de formatura”, comenta. O Riograndense também nada tem a ver com a produção, apenas alugou o espaço.
