Invasão rock and roll no RS

Não é novidade nenhuma que Porto Alegre, a capital gaúcha, é uma das capitais brasileiras que mais recebem grandes shows no país. Stones, Guns, Black Sabbath, Aerosmith e tantos outros agitaram a galera do Sul no ano passado, em datas bem distantes. A combinação de grandes apresentações se repete esse ano, no entanto, em datas bem próximas. Apesar de muitos alegarem dificuldade de acompanhar mais de um evento por questões financeiras, artistas locais garantem que toda essa invasão rock and roll no Estado incentiva a produção do gênero nas cidades vizinhas, caso de Montenegro.

A agenda eletrizante começa nesta terça, com a chegada da banda norte-americana Mr. Big. Na sequência, tem as apresentações de 5 Secounds to Mars (05/09), Bon Jovi (19/09), Pet Shop Boys (23/09), The Who (26/09), Paul McCartney (10/10), John Mayer (24/10), Green Day (07/11) e Coldplay (11/11). Além dos sucessos nterrnacionais, nomes conhecidos do rock nacional também já programaram suas apresentações: Strike (10/09), Roupa Nova (10/11), NX Zero (19/11) e Oficina G3 (02/12).

Augusto vai acompanhar o show de Paul, o ex Beatle que se apresenta em Porto Alegre, para alegria dos fãs. Foto arquivo pessoal

Quem está contente com a chegada dos grandes nomes é o guitarrista Augusto Luís dos Santos, de 20 anos. O montenegrino lembra que algumas bandas, como Def Leppard e The Who, vêm ao Brasil pelo Rock In Rio e acabam aproveitando a viagem para fazer apresentações em outras capitais. “Tá surpreendendo no quesito shows. Desde o começo do ano, todo mês era um novo anúncio. Fiquei bem surpreso e extremamente feliz quando anunciaram o show do Paul McCartney, algo que eu já estava esperando há algum tempo. Sou muito fã de Beatles e ter a oportunidade de ver um deles é algo indescritível”, declara.

Lucas assistirá ao show de Paul McCartney em Porto Alegre e o do The Who no Rock In Rio. Foto arquivo pessoal

O também guitarrista montenegrino Lucas Melo, de 18, acredita que o Rock In Rio foi o evento que mais influenciou essa vinda de bandas em um período tão próximo para o Brasil. “Nessa época, acho muito bom para manter o rock n roll vivo”, comenta. Ele observa ainda que esta é a primeira vez que lembra de Porto Alegre ter uma agenda de grandes shows tão próximos. Assim como Augusto, Lucas vai ao show de Paul McCartney e só não vai ao The Who por aqui porque irá assistir ao show dos caras no Rock In Rio. Sobre os grandes shows, diz que é bom para influenciar as novas gerações e para manter o rock n roll vivo. “Isso pode incentivar quem toca em banda, para mostrar que o rock ainda tem espaço e ainda vai viver por muito tempo”, garante.

Frê vai assistir de pertinho a banda The Who na capital gaúcha. Foto: arquivo pessoal

Quem também está contando os dias para acompanhar um grande show é o baixista Frê Müller, de 45. Ele destaca dois motivos para essa invasão no RS. “O sucesso de outros eventos que ocorreram aqui, como o Stones e Guns, e pela recessão do mercado”, aponta. Frê lembra que houve outros períodos assim nos anos 80 e no final dos anos 90, também impulsionados pelo lado monetário.

Como bom roqueiro, ele pretendia ir a todos, mas como o bolso não aguentaria a programação, ele tomou a sua decisão por um. “Escolhi o The Who por ser uma banda clássica e por ser a primeira vez. Sabe lá se retornam”, diz.

Inspiração para as novas bandas
Os três músicos concordam no quesito inspiração. De acordo com Augusto, shows internacionais na cidade em que reside, ou em outras próximas, como é o caso Porto Alegre, são importantes na formação de uma banda. “Ver um show ao vivo de um artista ou de uma banda que tu curte é uma experiência que só agrega na hora de compor novos sons. Mas a experiência de ver shows não se resume apenas à artistas internacionais. A troca de experiências com artistas locais é muito, mas muito importante na formação artística de alguém. Apoiar a cena artística local é necessário para a ascensão de novos talentos”, declara. Frê e Lucas também deixam claro que ver de perto grandes nomes, com carreiras sólidas, dá mais incentivo e motivação para quem está envolvido com a produção musical.

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