Um caso recente, repercutido pela mídia, na Capital do Estado, revela que uma mulher fingiu ser uma advogada de Montenegro para conseguir dados de donos de um imóvel no litoral. Posteriormente, a farsante se fez passar por dona da casa para “alugar” a outras pessoas. Pelo menos quatro grupos de veranistas caíram na conversa da estelionatária.
Conforme reportagem do Jornal Zero Hora, há um ano, como pretendia viajar nas férias, o casal decidiu colocar a residência onde mora para alugar por temporada pelo site OLX. Uma semana depois, identificando-se como advogada de Montenegro, e esposa de um juiz, uma pessoa fez contato por WhatsApp. Demonstrou interesse em locar a casa por 15 dias — por R$ 1 mil a diária.
Como forma de convencer a vítima, a falsa locatária usou uma estratégia: disse que já havia sido vítima de golpe. Alegou que estava com receio de ser novamente enganada. Por isso, pediu que a dona da casa encaminhasse documentos onde comprovasse ser a proprietária da residência. E assim foi feito.
A partir dali, os contatos foram encerrados, mas, mesmo assim, o casal não suspeitou do golpe. Cerca de um mês depois, chegou o primeiro contato de um interessado, contando que havia encontrado dois anúncios da moradia, com valores diferentes. Os golpistas tinham anunciado a moradia do casal por R$ 600 a diária.
A aposentada explicou que o seu anúncio era outro e procurou a Polícia Civil. Retirou a “oferta” dela do portal e passou a notificar diariamente pelo site os que apareciam na página. Mas, naquele momento, outras pessoas já haviam sido enganadas. Todos dias, de manhã e à noite, o casal rastreia no site anúncios que podem ser do seu imóvel. Precisam procurar com cuidado, já que muitas vezes os golpistas usam fotos da praia na capa e dificultam a identificação. Sempre que localizam o anúncio, eles denunciam ao site para que seja removido.
A assessoria de imprensa da OLX informou que, com base nos dados do casal, deletou todos os anúncios, bloqueou as contas do usuário e está à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário para a apuração dos fatos.
A Polícia Civil está de olho neste tipo de golpe. Em janeiro deste ano, uma ação desarticulou três quadrilhas especializadas em aplicar golpes de falsos aluguéis no Litoral Norte gaúcho. A investigação da Delegacia de Capão da Canoa foi realizada pelos comissários montenegrinos Alisson Castilhos e Wellington Camargo, ambos estavam cedidos para a Operação Verão.
Durante a operação denominada Vigário, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, além de quatro de condução coercitiva em Capão Novo, Taquara e Porto Alegre, sendo recolhido material como documentos falsificados, cartões de débito e celulares, pelos quais foi possível identificar todos os participantes do crime, inclusive um indivíduo foragido por homicídio cometido no Vale dos Sinos e que usava o nome de um “laranja” para aplicar os golpes. Somente um dos estelionatários possui, aproximadamente, dez registros.
A orientação da PC é para que locador e locatário tenham o máximo de cuidado ao firmar negociações.