A interrupção das atividades no frigorífico da JBS em Passo Fundo, após surto do novo coronavírus, repercutiu na cidade. É que pelo menos quatro funcionários da unidade de Montenegro estiveram na planta que foi fechada. Eles trabalharam por três dias, fazendo inventário, uma semana antes de a planta ser interditada.
O fechamento foi determinado pela Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Passo Fundo na sexta-feira, dia 24. Até então, já haviam pelo menos dezenove casos de Covid-19 confirmados entre funcionários da unidade; além de dois parentes de colaboradores que já tinham morrido por causa da doença.
Nesta segunda-feira, 27, o Ministério Público do Trabalho atualizou os números. Afirmou que os confirmados já chegam a 48. Já a JBS, em nota enviada ao portal G1, afirma que são 29. Passo Fundo é a segunda cidade gaúcha com mais registros da doença: 102 ao todo, até a tarde desta terça-feira, 28.
Os quatro funcionários de Montenegro passaram por consulta médica. Segundo informações da secretaria municipal de Saúde (SMS), que se reuniu com a direção do frigorífico local, nenhum apresentou sintomas, mas, devido à repercussão do caso de Passo Fundo, todos foram afastados durante 14 dias, período de isolamento social preconizado pelos órgãos de saúde. “A SMS ressalta que uma visita à empresa, com a equipe da vigilância epidemiológica juntamente com a vigilância sanitária, deve ocorrer na sequência”, prometeu a pasta, em nota enviada à reportagem.

O Ibiá conseguiu contato com um destes funcionários que esteve na fábrica interditada. “Nós tomamos todos os cuidados possíveis. Está tudo bem, graças a Deus”, declarou. Ele contou que apenas um dos colegas presentes chegou a ser testado para Covid-19, mas o resultado voltou negativo.
O testado chegou a anunciar o teste, em modo público, em uma rede social: “Queria compartilhar o resultado do teste e tranquilizar a todos que tiveram algum tipo de contato comigo”, escreveu. Via de regra, os testes de coronavírus têm sido aplicados somente em pacientes com sintomas.
Em Passo Fundo, a auditoria que culminou na interdição foi realizada nos dias 22 e 23 de abril, data em que a equipe de Montenegro já tinha finalizado os serviços na unidade. A JBS enviou esclarecimento ao Ibiá, explicando que o trabalho de inventário feito pela equipe em questão ficou restrito aos estoques; e que “durante todo o processo, a empresa se assegurou do absoluto cumprimento das medidas de segurança.”
A organização garantiu, ainda, que “tem tomado todas as medidas possíveis para garantir a máxima segurança de seus colaboradores e de prevenção nos ambientes de fábricas, Centrais de Distribuição e escritórios. Todas as ações seguem as determinações dos órgãos de saúde, como a OMS e o Ministério da Saúde, além de cumprirem com as recomendações da Secretaria do Trabalho. Adicionalmente, a empresa contratou e está em total conformidade com as orientações de consultorias especializadas, como a do Hospital Albert Einstein e dos médicos da Sociedade Brasileira de Infectologia”.
Também enviou um link, listando todas as medidas de prevenção em prática: https://jbs.com.br/comunicacao/covid-19-principais-medidas-de-protecao/
A interdição, em Passo Fundo, tem tempo indeterminado.