Escolas Cinco de Maio e Pedro João Muller apresentaram seus projetos
EMEF Cinco de Maio e EMEF Pedro João Muller realizaram, nos dias 23 e 14, a II Feira Histórica de cada instituição. O evento é idealizado em ambas as escolas pelo professor Wagner de Azevedo Pedroso. O projeto visa promover o aprendizado histórico de maneira interativa, envolvendo os alunos em pesquisas e apresentações de temas escolhidos por eles mesmos. Com o apoio do professor, os estudantes preparam projetos que são apresentados para colegas, outras escolas e, pela primeira vez este ano, para a comunidade local. Dentre os temas trabalhados estão Europa Medieval, Império Romano, Idade Média, Império Bizantino, Diáspora Afriana, Ditadura, etc.
Segundo Wagner, a ideia da feira começou em 2020. Inicialmente, as atividades eram mais simples, onde os alunos apresentavam seus trabalhos apenas para o público interno da escola. As aulas paravam suas atividades para prestigiar as apresentações dos colegas, o que gerou grande entusiasmo entre os alunos. No entanto, foi em 2022 que Wagner formalizou o evento, criando o nome “Feira Histórica” e estruturando-o como uma verdadeira exposição, convidando outras escolas e expandindo a oportunidade para a participação de visitantes externos. O formato ampliado permitiu que outros colégios, além da comunidade, tivessem a chance de conhecer o trabalho dos alunos e incentivo o aprendizado histórico na rede escolar.

Preparação e desenvolvimento de habilidades
A feira exige um preparo meticuloso ao longo do ano letivo. Wagner explica que o projeto é desenvolvido em etapas trimestrais, especialmente projetado para construir progressivamente as habilidades dos alunos em pesquisa, comunicação e apresentação. No primeiro e segundo trimestres, os estudantes iniciam a prática de apresentação com atividades menores dentro das salas de aula, nas quais uma turma visita outra e assiste às apresentações dos colegas. Esse formato prepara os alunos para o desafio da feira, ao mesmo tempo em que os familiarizam com o conteúdo e com as técnicas de apresentação.

Quando chegam ao terceiro trimestre, os alunos já possuem experiência adquirida durante o ano, o que permite que trabalhem de forma autônoma, como pequenos pesquisadores. Divididos em grupos, os estudantes são responsáveis por escolher temas históricos, pesquisar e transformar o conhecimento em projetos visuais e interativos, como maquetes, jogos, imagens e apresentações orais. Wagner afirma que os alunos devem dominar o conteúdo sem recorrer às leituras durante a feira, incentivando-os a memorizar informações e desenvolver confiança em sua capacidade de comunicação.
O professor enfatiza que essa abordagem fortalece a autoestima dos estudantes. “Isso os ajuda a lembrar, aprender e a repetir, o que são elementos fundamentais para a aprendizagem”. Para ele, este processo gradual também prepara os alunos para situações práticas de vida, como entrevistas de emprego e outras interações profissionais, ao trabalhar desde cedo habilidades como a expressão corporal e o desenvolvimento na comunicação.
Impacto pessoal e educacional
Além do desenvolvimento cognitivo, a feira é uma oportunidade para os alunos experimentarem um ganho emocional significativo. Wagner explica que, ao final das apresentações, os alunos se sentem recompensados e orgulhosos de seus esforços. Ele observa que muitos alunos comentam sobre o sentimento de conquista e sobre os elogios recebidos, mostrando como a experiência fortalece sua autoconfiança. Para o professor, esse aspecto é tão importante quanto o aprendizado do conteúdo histórico em si.
A interação com o público também traz um impacto positivo. Ao apresentar para um grupo maior, incluindo pessoas de fora do ambiente escolar, os alunos ampliam sua capacidade de comunicação e ganham uma visão mais ampla sobre a importância do conhecimento que estão compartilhando. Este contato direto com visitantes, que podem questionar e se interessar pelos temas envolvidos, eleva a qualidade e a profundidade das apresentações e valoriza o trabalho dos estudantes.

Grandes momentos históricos em foco
Na EMEF Pedro João Muller, os alunos apresentaram temas históricos com paixão e profundidade. Alexia Neis falou sobre o século XIV, destacando a crise causada pela tríade guerra, peste e a fome. Ela explicou a devastadora Peste Negra, que matou mais de 50 milhões de pessoas e a Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra. “Foi muito bom trabalhar com o meu grupo, todos se ajudaram e ficaram empolgados com o tema”. Maria Eduarda Andrade, por sua vez, abordou as Cruzadas, ocorridas entre os séculos XI e XII, e como fatores políticos, religiosos e econômicos motivaram os conflitos. “As cruzadas foram uma guerra unificada, prometendo riquezas e uma vida melhor”.
André Luiz da Silva focou no comércio no Mediterrâneo, detalhando a economia de Constantinopla e as rotas comerciais que passamm pela cidade. “A economia melhorou muito com o comércio de especiarias da China e da Índia”, comentou André, destacando a importância das rotas para o desenvolvimento da região. Joaquim Griebeler falou sobre as cruzadas e o combate às heresias, como o catarismo, que desafiava a Igreja Católica. “O movimento dos cátaros acreditava que o mundo material era maligno, o que levou à repressão por parte da Igreja”, afirmou.
