Dia de lembrar com carinho daqueles que já se foram

2 de novembro traz à tona a memória de pessoas queridas que partiram

Hoje, 2 de novembro, é Dia de Finados. A data é marcada por cemitérios coloridos com flores, velas acesas e muita comoção dos familiares e amigos que perderam entes queridos. São muitos os sentimentos na data destinada à prestação de homenagens aos que já se foram, mas, para Sirlei Pereira, 74, e sua irmã Celmira de Vargas Andrade, 73, o que importa é manter viva a memória de seus familiares como mãe, pai e os maridos. No Cemitério Municipal de Montenegro, na tarde de ontem, terça-feira, as duas realizaram a limpeza das sepulturas de pessoas importantes em suas jornadas. “A gente faz essa visita todo ano e não apenas nos Finados. Viemos nos aniversários deles, Dia dos Pais, Dia das mães”, conta Celmira.

“Sempre que a gente pode, fazemos esta visita. Meu filho é meu companheiro, sempre me acompanha”, destaca Sirlei. Para ela, o 2 de novembro é um dia difícil, mas muito importante. “Sabemos que tem gente que abandona seus entes queridos, mas não podemos esquecer das pessoas boas que tivemos na vida. A gente não esquece, relembramos nossa família sempre”, conclui.

Cemitério Municipal de Montenegro tem sepulturas limpas e cheias de cor

Segundo o padre Diego Knecht, pároco da Igreja São João Batista, nesta data, cada um tem a sua maneira de louvar e agradecer pela vida de determinada pessoa que já partiu, como ir até o cemitério, crematório, levar flores, acender uma vela, realizar uma oração e/ou participar de missas. Diego explica que, na bíblia, diversas passagens recordam as pessoas que já partiram, mas a Igreja passou a dar a orientação religiosa sobre o dia destinado aos finados.

Na data, o padre relembra a importância de já se viver o reino de Deus, que é o que deveria ser praticado para que a pessoa já consiga estar vivendo o Céu em Terra e, após, viver na eternidade. “A gente não precisa necessariamente da religião para fazer o bem, qualquer pessoa pode e deve fazer isso. Qualquer pessoa pode receber a eternidade e pode estar junto de Deus, basta que ela busque colocar o mandamento do amor em prática, porque fazendo aos menores, é justamente a Deus que ela está fazendo, mesmo não sabendo sobre Jesus. Não precisa ser algo mirabolante, mas concreto nas pequenas ações do dia a dia”, ressalta.

Para o padre, quando se recordam os falecidos, também é um momento de reflexão. “Neste momento, queremos dizer muito obrigado pela vida deles, por tudo que foram, representaram e fizeram, e, ao sermos gratos por eles, devemos olhar para os mesmos como uma forma de exemplo, de testemunho e, assim, querermos também viver a nossa vida tão importante e bela como a deles ou talvez melhor”, enfatiza.

Além disso, Diego diz que a data serve para repensarmos nossas atitudes, assim, vale o pensamento do que estamos entregando aos demais em vida. “Precisamos ver como estamos nos preparando para a morte, ou como estamos vivendo a vida. O tempo de mudar e querer buscar a eternidade é agora, depois a gente não pode fazer nada. Devemos valorizar o tempo que temos aqui para amar, pois a vida é curta”, acrescenta.

Montenegrinos aproveitam o Dia de Finados para prestar homenagens aos familiares que já se foram

Quando surgiu o Dia de Finados?
A celebração do Dia de Finados aconteceu pela primeira vez há mais de um milênio, no ano de 998, de acordo com o site oficial da Igreja Católica. Inicialmente, era conhecida como “Dia de todas as Almas” porque, entre os séculos 2 e 10, os rituais em lembrança dos mortos aconteciam em dias variados, e não havia nenhuma data no calendário Cristão que estabelecesse uma homenagem. Segundo o Vaticano, a reunião de homenagens em apenas uma data foi uma criação do abade francês Odilo de Cluny, que viveu entre os séculos 10 e 11. Desde os primeiros séculos, os Cristãos já visitavam os túmulos dos mártires para rezar, assim como por todos aqueles que um dia fizeram parte da comunidade. No século XIII, o dia dos fiéis defuntos passou a ser celebrado em 2 de novembro, já que no dia 1º é comemorado o Dia de Todos os Santos. A Igreja Católica sempre celebra aquilo que provém de uma tradição, e oferecer orações pelos mortos é um costume tão antigo que pode ter sido ensinado pelos apóstolos de Cristo.

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