A Biblioteca Pública Municipal Hélio Alves de Oliveira reabriu em seu prédio sede no último dia 29 de dezembro após uma espera de quase oito anos, quando o acervo saiu do prédio na rua Capitão Cruz para uma revitalização da edificação. Mas apesar de entregue, os atendimentos aos montenegrinos ainda estão limitados. E não é só a pandemia a culpada por isso. Mesmo após tanto tempo para o início e a efetiva conclusão da obra, ainda foram verificadas algumas pendências na “casa” da Biblioteca de Montenegro.
Exigência legal, falta um contrato de manutenção para a plataforma elevatória do local, que está interditada. Só a vinda dessa plataforma – mostrou reportagem do Jornal Ibiá em abril de 2019 – já tinha atrasado em dois meses, na época, o cumprimento de uma das metas dadas para a finalização da reforma. Sem o equipamento de acessibilidade, idosos e pessoas com deficiência física não conseguem acessar o segundo pavimento do prédio. “Mas já conversamos com a empresa”, garantiu Maria Terezinha Kraemer Canello, a Nica, nova diretora da biblioteca.
O espaço para os computadores também precisa de instalação elétrica e ainda há uma pendência relacionada ao alvará do Plano de Prevenção Contra Incêndios, o PPCI. As adequações relacionadas ao Plano, inclusive, foram as responsáveis pelo fato de, por meses após o término da obra, a biblioteca não ter sido liberada para a comunidade. O alinhamento às obrigações só veio em 18 de dezembro, de acordo com recente entrevista do ex-prefeito Kadu Müller à Rádio Ibiá Web, mas ficou uma última pendência documental a ser solucionada.

RESTRIÇÃO TAMBÉM PELA PANDEMIA
Além das pendências com a obra, os protocolos envolvendo o coronavírus também limitam o funcionamento da biblioteca, hoje só com empréstimos e devolução de livros e atendendo uma pessoa por vez. É um cuidado extra, visto que o protocolo do Distanciamento Controlado permite até 25% da ocupação total nas bibliotecas pelo Estado. Seria, por aqui, o equivalente a 25 pessoas segundo informou a ex-secretária de Educação, Rita Carneiro Fleck, quando da reinauguração em dezembro.
Diretora recém nomeada pelo prefeito Zanatta, Nica lamenta que a comunidade ainda não possa desfrutar da biblioteca como um todo, mas avalia a importância de que, mesmo que de forma parcial, a população possa, enfim, voltar ao espaço cultural. “Estamos atendendo com todos os cuidados possíveis para preservar a população e os funcionários”, salienta.
Segundo Nica, após a devolução, os títulos retirados vão ficar 14 dias em quarentena para que não haja contato de imediato com outras pessoas. Além disso, os visitantes recebem uma luva para manusear os livros, álcool em gel – espalhados em totens por todo o prédio –, e precisam limpar as solas dos calçados em um tapete especial de higienização na entrada, sem contar a obrigatoriedade do uso de máscaras. O setor não está aceitando doações de livros devido à falta de espaço para que cumpram a quarentena. Na próxima semana, o Telecentro, no bairro Timbaúva, também deve retomar atendimento em moldes parecidos.