Assistência voltará a ter atendimento noturno

Medida entra em vigor na segunda-feira. Prefeitura havia suspenso o serviço em novembro de 2016 por falta de dinheiro

A Secretaria Municipal de Saúde anunciou ontem a retomada do atendimento noturno na “Assistência”, no bairro Senai. O serviço está sendo chamado de Unidade Básica Ampliada e consiste em estender o atendimento até as 22h a partir de segunda-feira. Para viabilizar a medida, foram contratados serviços terceirizados de dois médicos clínicos geral, através do CisCaí, e remanejados profissionais de outros setores da secretaria.
Haverá um enfermeiro, dois técnicos de enfermagem, um assistente administrativo e outra pessoa para limpeza. O secretário Luís Azeredo observou os esforços da equipe para garantir o serviço sem custos de horas extras. Para o atendimento médico, serão gastos R$ 44 mil mensais para garantir 50 consultas por dia, através de convênio com o CIS-Caí. Ele esclareceu que a disponibilidade de uma ambulância no local não representa uma despesa a mais. Azeredo explicou que a Prefeitura já terceiriza esse serviço e que o veículo fica à disposição das 19h às 7h, de segunda a sexta-feira. Ele acrescentou que atualmente a ambulância é usada para deslocamento de algum cidadão que precisa de atendimento noturno, seja para o hospital ou para algum outro serviço de saúde. A ambulância ficará na Assistência à disposição dessa Unidade Básica Ampliada.
O atendimento noturno na Assistência foi oferecido até a primeira quinzena de novembro do ano passado. Na ocasião do fechamento, a Prefeitura devia ao Cis-Caí e, por consequência, os médicos terceirizados também não eram pagos. O secretário de Saúde afirmou que, naquele momento, o fechamento era a alternativa, diante dos atrasos nos repasses do Governo do Estado, que chegavam a R$ 3 milhões.
Ao justificar a reabertura, ele salientou os esforços da equipe, evitando horas extras, e um olhar mais profundo sobre o orçamento da secretaria, por um colegiado gestor, que identificou a possibilidade de dispor dos R$ 44 mil mensais necessários.

Mudança deve desafogar a emergência do Hospital Montenegro
Outro fato que teve peso significativo na decisão de ter a Unidade Básica Ampliada foram as declarações do diretor do Hospital Montenegro, Carlos Batista da Silveira, em coletiva de imprensa há cerca de 30 dias. Ele afirmou que a emergência da instituição está lotada e que a maioria dos casos poderia ser solucionada nos postos de saúde. Na ocasião, Silveira declarou que hospital é para atender urgências e emergências, mas, se o cidadão não encontra estrutura na atenção básica, acaba procurando no Pronto-atendimento da instituição.
Juntamente com o chefe de Gabinete, André Luis de Oliveira, o secretário da Saúde Luís Azeredo afirmou que há médicos nos postos, mas que, se a suspensão do atendimento noturno na Assistência afogou o plantão do HM, a expectativa é que agora a situação melhore. Oliveira afirma que será realizada uma campanha de divulgação sobre o serviço das Unidades Básicas de Saúde junto às escolas e associações de bairro para que a população busque os postos, reduzindo a demanda no Hospital.
Azeredo ponderou, no entanto, que o contrato de prestação de serviços do HM ao Município prevê a modalidade de pronto-atendimento geral por demanda espontânea visando à atenção integral à saúde. O secretário deu ênfase à “demanda espontânea”, lembrando que, desta forma, o hospital deve atender a todos que a procurarem.
Oliveira admitiu que a Prefeitura está em débito com o HM. Ele disse que os meses de fevereiro e março estão em atraso, mas o de abril não pode ser considerado em débito porque ainda não houve prestação de contas do serviço. Oliveira se queixou da demora na apresentação de documentos pela instituição, mas admitiu que os meses de fevereiro e março não foram pagos pela Prefeitura por falta de recursos. Azeredo lembrou que o município investe 17,49% do orçamento em saúde, acima do mínimo previsto pela legislação, que é de 15%.

Saiba Mais
O secretário anunciou o investimento de R$ 150 mil na compra de medicamentos, dos quais R$ 125 mil são recursos da Prefeitura e R$ 25 mil da União. Ele afirma que essa aquisição irá sanear a falta de remédios, mas pondera que a demanda poderá aumentar, pois está crescendo o número de pessoas que deixam planos particulares e passam a usar o SUS.
A Secretaria irá garantir a entrega de fraldas às pessoas cadastradas por, pelo menos, dois meses. Nesta semana, a equipe da SMS distribuiu a primeira remessa referente ao mês de maio e, no próximo dia 15, serão entregues as de junho. Após esse período, a continuidade dependerá de recurso, pois os repasses do Estado são normalmente abaixo do previsto.

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