Guitarra, bateria, violão e microfones geralmente estão entre as opções de quem encara a música como profissão ou até mesmo como um exercício de relaxamento e satisfação pessoal. Entretanto, com a grande variedade de instrumentos disponíveis, surgiram apaixonados por outros acordes, timbres e sons. Como o de um violino, por exemplo. O desenvolvimento musical e as readaptações proporcionaram uma série de novos gêneros e subgêneros.
O músico e professor Heine Wentz é um dos que nutrem um carinho especial pelo violino. O interesse pelo instrumento sempre o acompanhou, mesmo tendo pouco acesso quando criança. “O simples fato de ver um violino e um arco despertava a curiosidade em como produzir o som”, revela. Ele lembra que seu primeiro contato com o violino foi no colégio Delfina Dias Ferraz, em uma oficina, que aconteceu no contraturno de suas aulas. Nessa época, ele tinha oito anos e já se encantou com a sonoridade única do violino.
Em 1986, Wentz ingressou na Fundarte para estudar. O início foi lento, sob a orientação de professores. “Vinha de Salvador do Sul para fazer as aulas, o que dificultava um pouco, pois para participar da camerata ou orquestrinha teria que me deslocar com frequência”, lembra. Já em Salvador do Sul, Heine participava com regularidade de apresentações em escolas, igrejas e em eventos. Isso, para ele, era um estimulo, pois poucos tocavam violino, principalmente entre os jovens. Doze anos depois, em 1998, Heine foi chamado pela Fundarte para lecionar e, desde então, atua como professor na instituição.
Foi ouvindo os concertos de Vivaldi, para bandolim, que Haine viu surgir também a curiosidade por aquele instrumento. “Descobrir que possuía a mesma afinação que o violino foi incrível, pois facilitaria o aprendizado”, comenta. Difícil mesmo na época era encontrar o instrumento. O comércio investia muito nos violões, nas guitarras e nas baterias, que eram os mais procurados. Em 1992, o músico ingressou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde se formou em Música.
Incentivo
Heine acredita que as influências foram importantes para o seu direcionamento. Ele afirma que sempre gostou da música em geral, interessando-se pelos diferentes timbres e acordes. “A música sempre esteve presente na minha casa. Meus pais colocavam no vinil e a gente escutava um pouco de tudo. Acho que esse contato diário também foi influenciador”, diz. Até hoje, ele utiliza o vinil e também os novos serviços de reprodução, para aprender, estudar e escutar seus sons prediletos.
Tocar na rua
Espaço aberto ou fechado tem diferença? Com certeza. Heine se apresenta em vários palcos, mas também gosta muito de ser artista de rua, atuando com o Trem 27 e Conjunto Bluegrass Porto-Alegrense. “É interessante a ideia de transformar outros espaços em palco. Isso também implica em ter públicos muito diversos”, comenta. Ele observa que, muitas vezes, pessoas que não teriam condições de irem a um show, em um teatro, sentem-se gratas por estarem em um ambiente público ouvindo a música.
O violino é classificado como instrumento de cordas friccionadas. O termo “violino” foi introduzido na língua portuguesa no século XX. Até então, a designação do instrumento era rabeca, palavra que ainda se utiliza em alguns lugares. É o menor e mais agudo dos instrumentos dessa classificação, que ainda possui a viola (na foto), e o violoncelo, que também são ensinados por Heine.
O violino possui quatro cordas, com: Mi5, Lá4, Ré4 e Sol3. O timbre do violino é agudo e estridente, mas dependendo do encordamento utilizado e da forma que é tocado, pode-se produzir timbres mais aveludados. O som geralmente é produzido pela ação de friccionar as cerdas de um arco de madeira sobre as cordas. Também pode ser executado beliscando ou dedilhando as cordas, pela fricção da parte de madeira do arco ou por percussão com os dedos ou com a parte de trás do arco.
