Uma vida dedicada ao Teatro Roberto Athayde Cardona

FUNCIONÁRIO mais antigo do espaço voltou após reinauguração

Após quase uma década de portas fechadas, o Teatro Roberto Athayde Cardona foi reinaugurado, trazendo consigo não apenas a revitalização de um espaço cultural importante, mas também a história de pessoas que dedicam suas vidas a esse lugar. Uma dessas pessoas é Valtemir Pereira, de 53 anos, cujo vínculo com o teatro remonta a sua juventude.

Valtemir começou sua trajetória na Fundarte aos 17 anos, em 1987, quando foi cedido pela Prefeitura para trabalhar na instituição. Seu primeiro contato com o Teatro Roberto Athayde Cardona se deu através dos shows de talentos organizados pela Fundarte, realizados todas as quartas-feiras, às 17 horas. “Ali foi o meu primeiro olhar no teatro, achei lindo. Na época, a Fundarte era só aquele primeiro prédio, então fui criando esse vínculo com o teatro”, conta. Ele recorda com carinho de como gravava as apresentações dos alunos em fitas cassete, um trabalho que também fez criar laços com os funcionários do espaço na época.

Em 1990, Valtemir foi convidado pelo diretor do teatro para trabalhar diretamente no espaço, uma proposta que ele aceitou com entusiasmo. Ele relembra a emoção de entrar no teatro pela primeira vez como funcionário, ser bem recebido pelos colegas e aprender sobre o trabalho, que envolvia desde a instalação de caixas de som até o conserto de equipamentos. “Eu sou um dos únicos funcionários que nunca mudou de setor. Sempre estive aqui, do início até 2016, quando o teatro foi fechado,” diz Valtemir.

Da cabine, Valtemir comanda as músicas durante as apresentações no teatro

Ao longo de sua trajetória profissional, Valtemir pode acompanhar muitos eventos no local, como apresentações musicais e formaturas. Mas o que sempre despertou mais interesse eram as peças teatrais. “O teatro sempre me chamou à atenção. Sentar e assistir uma peça é o que mais gosto. A música eu já conhecia, estava nos bastidores, mas o teatro sempre foi novidade”, comenta.

Após o fechamento, ele foi transferido para a Estação da Cultura, mas nunca deixou de visitar o espaço, preocupando com a segurança do local, que foi alvo de vandalismo e furtos durante o período de inatividade. “Eu vinha duas vezes por semana, no mínimo, aqui dentro do teatro. Sentava, olhava, e estava sempre cuidando para não haver vandalismo e deteriorar ainda mais o espaço”, diz.

Com a recente reinauguração do teatro, Valtemir voltou ao lugar que sempre considerou seu lar profissional. Agora, seu trabalho é o acompanhamento de eventos do espaço, cumprindo a agenda definida pela Diretoria de Cultura. Ele também é responsável pelo som nas apresentações, garantindo que tudo funcione perfeitamente para cada evento. Ele afirma que ver o teatro reaberto é uma realização pessoal e profissional. “Pra mim, pessoalmente, foi tudo de bom. Imagina: eu trabalhei aqui sempre e hoje estou de volta, podendo ver esse espaço totalmente reformado e recebendo o público novamente”, comemora.

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