Apenas na segunda-feira, dia 6, comunidade e moradores tiveram acesso à Rua da Praia, que costeia o leito do Caí no Centro de Pareci Novo. O cenário que se repete é da natureza mostrando sua força e as pessoas surpreendidas; assim como a frase “deste jeito eu nunca tinha visto”, conclusão proferida em todo o lugar rasgado pelo Rio.
O vice-prefeito, Fabio Schneider, coordenava as ações nesta terça-feira, 7, que incluíram a distribuição de refeições. “Para não precisarem parar com a limpeza, e até porque não têm nem onde cozinhar”, explicou. As patrolas já haviam passado uma vez retirando cerca de meio metro de barro e areia, e precisarão voltar antes de ser feita uma lavagem.
Schneider observa que a maioria daqueles moradores é criada na beira do rio e já viu outras enchentes; todavia não como esta que subiu entre os dias 31 de abril e 1º de maio. Paulo Cesar Martins da Silva ratificou a observação, informando que, em relação a novembro, estava teve 1 metros e 15 centímetros mais. Enquanto aquela cobriu seu gramado, essa superou os muros, inclusive derrubando um deles.
Na comunidade, o Ibiá reencontrou Maclovi Klein, personagem de reportagem daquela que até agora era chamada de a “enchente histórica”, que ficou dois dias em meio a água para vigiar seu gado. Desta vez, o morador de 47 anos se adiantou em deixá-los em segurança; todavia terá prejuízo com seus dois caminhões, mesmo que estivessem em patamar elevado.
Se não bastasse, a distância entre sua casa e a barranca do Caí reduziu de 10 metros para pouco mais de 1 metro. O vice-prefeito informou que um profissional do Município avaliará as condições da casa, que restou com uma rachadura que revela desnível da cozinha em direção ao Rio.
Nesta quarta-feira, dia 8 de maio, a Administração Municipal não tem ideia dos prejuízos, públicos e privados; sendo que as vistorias ainda estão sendo feitas. Nesta semana ocorrerá uma reunião com os vereadores para avaliar formas de mitigar os danos, inclusive
em apoio aos cidadãos. O vice-prefeito Schneider lembra que todos merecem atenção, assim como dezenas de voluntários realizando os resgates e acolhimento de desabrigados. Os mesmo estão agora subindo imagens nas redes sociais com a #ForçaPareciNovo.
Curso d’água seguiu pelo caminho antigo
Não se deve desconsiderar a catástrofe climática que abate o Rio Grande do Sul nestes dias, com ao menos cinco dias de chuva constante. Um excesso que, segundo o vice Fabio Schneider, encontrou em Pareci o fator desnível. Os relatos ‘dos antigos’ ajudam entender que a várzea do Caí se estender por todo o território, tendo sido depois obstruída pelo avanço urbano. Tanto que não é incomum em uma obra encontrar cascalho no subsolo, mesmo em locais distantes do leito original.
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Schneider explica que ajuda o fato de na localidade de Vila Progresso haver rochedo nas duas margens, causando um gargalo que faz extravasar no Matiel. Desta vez, a grande quantidade de água cruzou ainda Várzea do Pareci, Despique e Bananal, escoou no leito do Arroio Maratá e foi encontrar seu leito original na divisa com Montenegro. Em geral, uma enchente acontece no Pareci quando São Sebastião do Caí alcança 11m de nível total. (veja entervista no Insta @jornalibia)
Neste maio de 2024 a cidade vizinha chegou aos 18m. O efeito foi o Centro de Pareci castigado em ruas que seria inimaginável que houvesse inundação. Ficou claro o rio ter transbordado ao lado da Sociedade Cultural, junto à Praça dos Imigrantes, e usado vias paralelas à Rua da Praia como caminho. O vice-prefeito observa que não importou nível social, tampouco se a casa estava a 10m ou 10km do Rio Caí.
Coleta de entulhos
População de Pareci atingida pela enchente deve depositar os entulhos na frente de suas casas e em local que não obstrua as vias públicas. Não é necessário levar os materiais em outros locais, pois a Prefeitura já iniciou a coleta. Mais informações pelo telefone (51) 99802-2955.