Perdas e danos ocasionados pela cheia do Rio Caí

ÁGUA baixa e realidade desponta frente aos olhos dos montenegrinos

Moradores e comerciantes de Montenegro lidam com as consequências da cheia do Rio Caí. As perdas materiais estão visíveis em diversos bairros da cidade. Nesta terça-feira, 7, enquanto alguns cidadãos listavam os danos domésticos, comerciantes e empresários começavam reunir o que sobrou em seus estabelecimentos para dar início ao cálculo dos prejuízos.

Na esquina das ruas João Pessoa e Fernando Ferrari, no Centro, uma escola profissionalizante teve uma de suas paredes de vidro destruída pela força das águas. A poucos metros do local, lixeiras de metal foram arrastadas pela correnteza.

Para muitos moradores, como uma senhora de 81 anos que preferiu não se identificar, a inundação é sem precedentes. Durante 17 anos morando na rua João Pessoa, ela nunca testemunhou uma invasão de água tão severa em sua casa. Um dia antes da enchente se apropriar do imóvel, a idosa e sua irmã foram para um apartamento. Nessa terça-feira, ela foi até a casa e se deparou com os danos. A estimativa é que os prejuízos, incluindo móveis, eletrodomésticos, eletrônicos e roupas, podem ultrapassar os R$ 40 mil.

O impacto econômico da enchente também atingiu estabelecimentos comerciais. Em uma das filiais de uma grande rede de farmácias, situada na esquina da rua Ramiro Barcelos com a José Luís, funcionários estimamam que cerca de 90% da loja foi afetada, o que incluí perdas de medicamentos, alimentos e danos estruturais. A mesma rede relata prejuízos significativos em sua unidade em São Sebastião do Caí, onde a água invadiu metade do prédio.

Prejuízos indescritíveis
“Nossa estimativa é que o prejuízo tenha sido de R$ 100 mil. Foram 400kg de carne processada, e mais materiais do mercado em si. Mas o pior foi a carne,” relata ele Eduardo Colpo, dono do La Plata Carnes, localizado na rua Osvaldo Aranha, no bairro Olaria.

Ele conta que na enchente de novembro de 2023, entrou 20 cm de água em seu estabelecimento, já desta vez o nível chegou a 1,80m. O empresário cobra assistência aos comerciantes por parte do Governo. “Se o Governo pelo menos desse uma força, um auxílio para todos os comerciantes. Os boletos tenho que pagar, ninguém quer saber se perdi ou não”, desabafa. “Chegamos à conclusão que a chance de fazer novos investimentos é zero. Não podemos investir sem saber quando poderemos perder de novo. Estamos aqui há dois anos, fomos investindo, melhorando, e numa dessas perdemos tudo. Sem chance de novos investimentos”, complementa.

Representante de uma empresa de gás, Márcio Cavalheiro, corrobora as afirmações de muitos cidadãos, destacando a magnitude sem precedentes da enchente recente. “Entrou no escritório, erguemos os equipamentos, computador, impressora, mas subiu demais”, conta.

“Os botijões ficaram boiando, não perdemos. Só os materiais e documentos do escritório. Dois caminhões não foram tirados, ficaram debaixo d’água. Temos que trabalhar de novo, correr atrás de novo. Entrou água na minha casa toda também, perdi muitas coisas, moro aqui pertinho”, pontua Márcio.

Aguinaldo da Silva também mora no bairro Olaria e conta que optou por permanecer em casa, na parte mais elevada, por preocupação com a segurança devido aos relatos de furtos na cidade. Ele lamenta a perda de equipamentos guardados por décadas, incluindo maquinário, motos e antiguidades.

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