Secretaria de Saúde afirma que caso foi pontual
Na manhã desta terça-feira, 10, o leitor Ortelmar Zafamel, de 60 anos, entrou em contato com a reportagem do Jornal Ibiá para manifestar sua insatisfação com a longa espera por atendimento no plantão da Assistência, em Montenegro. Segundo Ortelmar, ele aguardou cerca de 2h30min para ser atendido, o que considerou um desrespeito. “Parece que o prefeito está fazendo campanha e largou a saúde”, desabafa. “Esperar meia hora, tudo bem, mas agora, duas horas e meia é um absurdo”.
Em resposta à reclamação, a Secretária de Saúde de Montenegro, Andreia Coutinho da Costa, esclarece que a situação ocorrida na segunda-feira foi atípica devido à alta demanda de pacientes. “Foi um caso atípico de muita procura. Os que ficaram em torno de 2h30min foram pacientes classificados como azul. Entre os atendimentos, tivemos suturas e pacientes verdes e amarelos que precisaram ser encaminhados ao HM. Estávamos com atendimento de três médicos e foi solicitado reforço. Mas muitos casos de problemas gastrointestinais e sintomas de gripe”, afirma.
A Secretária também destaca que, apesar da demora, o tempo de espera de 2h30min não foi excessivo para o tipo de atendimento necessário. “O quadro já é estável, com poucos atendimentos. Então, não é parâmetro, pois foi uma demanda pontual. 2h30min de espera para classificação azul não é muito tempo, considerando que o problema poderia ser resolvido nas ESF com consulta programada.
Esses casos, pelo protocolo de classificação de risco do Ministério da Saúde, têm um tempo estimado de espera de quatro horas. O que não ocorreu”.
Só em agosto, 225 pessoas faltaram
A Secretária de Saúde fez questão de destacar um problema recorrente que contribui para a superlotação nos atendimentos de urgência e emergência: o número elevado de faltas sem justificativa nas consultas agendadas. “O pior de tudo são pacientes que não comparecem nas consultas de especialidades, incluindo nos agendamentos cirúrgicos”.
Segundo ela, em agosto, foram 225 faltantes, e um mês antes, em julho, foram 235. “Essas pessoas que faltam nas agendas certamente retornam para o atendimento no 24h, causando uma superdemanda por situações que deveriam ser atendidos nas ESF.”
Outros números destacados por Andreia são da ESF Centenário. De 572 consultas agendadas, 236 faltaram e 336 foram canceladas. Ela relembra que apenas no caso de cancelamento é possível agendar outra pessoa no lugar. Já na ESF Santo Antônio, de 710 consultas, 440 faltaram sem justificativa e sem cancelar. O levantamento inclui apenas clínico geral, não incluindo as especialidades.