No mês de outubro, o movimento conhecido como Outubro Rosa ganha destaque na conscientização sobre o câncer de mama, destacando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Além dos exames regulares, uma combinação de alimentação saudável e prática de atividades físicas tem papel fundamental na redução dos riscos. Durante entrevista à Rádio Ibiá Web, a nutricionista Cristiane Junges e a educadora física Caroline Brilhante Brito exploraram como esses hábitos podem influenciar diretamente na prevenção do câncer de mama e na saúde geral das mulheres.
Alimentação saudável: o alicerce da prevenção
A nutricionista Cristiane Junges enfatiza o papel crucial da alimentação no funcionamento do organismo e na prevenção de doenças. “Nosso alimento é o nosso combustível”, afirma, destacando que, para funcionar bem, nosso corpo precisa de uma dieta equilibrada, fracionada ao longo do dia, com o objetivo de manter o peso ideal. De acordo com ela, o peso ideal deve estar em cerca de 10 quilos abaixo da altura da pessoa. “Se eu tenho 1,70 metros, meu peso ideal é em torno de 60 quilos”, explica.
Para atingir e manter esse peso, um nutricionista recomenda que as refeições sejam distribuídas ao longo do dia, com frequência. “É importante comer várias vezes ao dia: tomar um café da manhã, lanchar, almoçar, lanchar à tarde, jantar e ceiar”. Ela também destaca a necessidade de incluir alimentos protetores na dieta, que são ricos em nutrientes essenciais e ajudam a fortalecer o sistema imunológico. “A injeção de vegetais e frutas dentro dos carboidratos, massas, pães e carnes é essencial”, diz, lembrando que o consumo de vegetais e frutas deve atingir cerca de 600 gramas por dia, distribuídos nas refeições.
Além disso, ela alerta sobre o consumo excessivo de carne vermelha. “Cuidado com a carne, não ingerir carne vermelha em excesso. O ideal é limitar 500 gramas por semana”, aconselha. Outro ponto importante discutido foi a atenção à qualidade dos alimentos. Cristiane explica que alimentos mal condicionados, como amêndoas ou pinhões com aparência alterada, podem conter aflatoxinas, que são substâncias cancerígenas. “Esses alimentos podem estar contaminados, e devemos evitar o consumo”, alerta.
O impacto do sobrepeso e da obesidade no risco de câncer
O excesso de peso e a obesidade são fatores de risco perigosos para o câncer de mama. Cristiane destaca que manter o peso adequado é essencial não apenas para a saúde geral, mas também para reduzir o risco de câncer. “O sobrepeso e a obesidade aumentam grandemente o risco de desenvolver câncer, além de outras doenças, como hipertensão e problemas cardíacos”.
A nutricionista explica que o excesso de peso está diretamente ligado ao desenvolvimento de um ambiente inflamatório no organismo, o que pode facilitar o aparecimento de tumores. Ela ainda cita grupos de alimentos que podem ajudar a prevenir o câncer, como o resveratrol, presente na uva e no vinho tinto (quando consumido com moderação), além de vegetais crucíferos, como brócolis e couve-flor. “Esses alimentos são protetores. Eles ajudam a fortalecer o sistema imunológico e nos proteger diversas doenças”.
Atividade física como ferramenta
A educadora física Caroline Brilhante Brito ressalta a importância da atividade física regular na manutenção da saúde e na prevenção de doenças. Segundo ela, a prática de exercícios é essencial para que uma pessoa não seja considerada sedentária. “Para não ser considerada sedentária, a pessoa deve praticar pelo menos 150 minutos por semana de atividade física”, recomenda.
Caroline afirma que a atividade física regular pode reduzir em até 40% o risco de desenvolvimento de câncer. Além disso, a prática de exercícios físicos contribui para a saúde do sistema imunológico. “A atividade física fortalece o sistema imunológico, treinando-o para que responda melhor às situações, além de auxiliar no tratamento de diversas doenças”. Esse benefício é crucial para a prevenção do câncer de mama, pois um sistema imunológico fortalecido é mais eficiente em combater células anômalas.
Outro ponto levantado por Caroline é a importância da musculação, especialmente para mulheres a partir dos 30 anos. Nessa fase, há uma perda natural de massa muscular, e a musculação ajuda a frear esse processo. “A mulher, depois dos 30, 40 anos, começa a perder massa muscular, e se ela não incentivar essa musculatura, vai perder cada vez mais”, comenta. A musculação, além de prevenir a perda muscular, também auxilia no controle do peso e na diminuição da inflamação corporal, outro fator de risco para o câncer.
“A gordura corporal inflama o corpo, o que é um grande fator de risco para o câncer”.
Caroline também fornece orientações sobre a frequência ideal de exercícios. “Para quem está começando, é recomendado praticar pelo menos três vezes por semana, com sessões de pelo menos uma hora. Isso já traz grandes benefícios para a saúde e para a prevenção de doenças.”
Outros fatores de estilo de vida
Além da alimentação balanceada e da prática regular de exercícios, Cristiane Junges comenta sobre outros fatores de estilo de vida que podem impactar a prevenção do câncer de mama, como o consumo de bebidas alcoólicas. “O consumo de álcool deve ser moderado. A Organização Mundial da Saúde recomenda uma ingestão de uma taça de vinho por dia para mulheres e duas para homens, sem exceder essa quantidade”, orienta. Ela explica que o consumo exagerado de álcool pode aumentar o risco de câncer, enquanto o consumo moderado, especialmente de vinho tinto, pode ter um efeito protetor graças ao resveratrol.
Caroline complementa, observando que, embora o consumo de cigarro tenha diminuído nos últimos anos, o uso de bebidas alcoólicas, especialmente entre os jovens, continua sendo uma preocupação. “A bebida alcoólica é um grande problema, principalmente entre os mais jovens, que consomem em excesso, o que contribui para o ganho de peso e prejudica a saúde”, alerta.
Conscientização e a importância do autocuidado
As duas profissionais enfatizam que a conscientização é um dos pilares fundamentais na prevenção do câncer de mama. Caroline destaca que, cada vez que alguém fala sobre o tema, uma informação se espalha e gera um impacto positivo. “Toda vez que conversamos, mesmo que seja para uma pessoa, essa informação se espalhou. Campanhas como o Outubro Rosa ajudam muitas mulheres a se conscientizarem sobre a importância do cuidado com a saúde”.
Cristiane finaliza com uma reflexão sobre o presente e a importância de cuidar da saúde. “Hoje é um grande presente, e somos nós que decidimos como vamos aproveitá-lo para construir o amanhã. Se queremos um futuro saudável, precisamos adotar hábitos saudáveis hoje”, conclui a nutricionista, incentivando as pessoas a começarem a cuidar dos mesmos, independentemente da fase da vida em que se envolvem.
A mensagem trazida pelos especialistas reforça a importância de uma alimentação saudável, a prática regular de atividades físicas e a adoção de um estilo de vida equilibrado como medidas eficazes na prevenção do câncer de mama. Essas ações, combinadas com a conscientização e a disseminação de informações, podem contribuir significativamente para a saúde e o bem-estar das mulheres.