Montenegro tem 54% das crianças de até um ano vacinadas contra a pólio

Segundo levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com dados do Ministério da Saúde, no ano passado, das 2.423.597 crianças nascidas vivas, 152,5 mil não receberam a primeira dose da vacina que protege contra a poliomielite, ante 243 mil, de um total de 2.561.922 crianças nascidas vivas em 2022. Ou seja: uma redução de mais de 90 mil no total de crianças sem a imunização. Em Montenegro, em 2023, o ano fechou com 78.04% das crianças de um ano vacinadas com o reforço do imunizante. Até o momento, são 54,14% das crianças de um ano vacinadas. Segundo Nicole Ternes, enfermeira responsável pelo setor de imunizações, a meta é atingir 95% destas crianças.

Em coletiva de imprensa nesta semana, a chefe de Saúde do Unicef Brasil, Luciana Phebo, lembrou que o país vivencia quedas nas coberturas vacinais dos principais imunizantes do calendário infantil desde 2015 e que o cenário se agravou em meio à pandemia de Covid-19. “Após anos de piora, o Brasil começou a retomar a vacinação”, disse, durante a coletiva. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que 13 das 16 principais doses infantis que constam no Programa Nacional de Imunizações (PNI) apresentaram melhoras na cobertura vacinal em 2023 quando comparadas ao ano anterior.

Entre os imunizantes citados pela ministra estão: pólio, pentavalente, rotavírus, hepatite A, febre amarela, meningocócica C (1ª dose e reforço), pneumocócica 10 (1ª dose e reforço), tríplice viral (1ª e 2ª doses) e reforço da tríplice bacteriana. “Foi uma virada com muita luta. Devemos sim celebrar, mas também apontar os caminhos que temos pela frente”, avaliou Nísia.

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças com menos de cinco anos de idade. Causada pelo poliovírus, ela pode levar à paralisia muscular e, em casos graves, até mesmo à morte. Embora tenha sido uma das doenças mais temidas no passado, grandes progressos foram feitos em direção à sua erradicação global.

Sobre a poliomielite
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral altamente contagiosa causada pelo poliovírus. Ela afeta principalmente crianças com menos de cinco anos de idade, mas também pode ocorrer em adultos. A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

Após a infecção, o vírus se replica na garganta e no trato gastrointestinal. Em alguns casos, o vírus pode invadir o sistema nervoso central, causando danos aos neurônios motores na medula espinhal e no tronco cerebral. Isso pode levar à paralisia muscular, que é a característica mais marcante da doença.

Existem três tipos de poliovírus: poliovírus tipo 1, tipo 2 e tipo 3. A maioria das infecções pelo vírus resulta em sintomas leves, semelhantes aos da gripe, incluindo febre, dor de garganta, fadiga, dor de cabeça, dores musculares e vômitos. No entanto, em casos mais graves, o vírus pode atacar o sistema nervoso, levando à paralisia muscular permanente ou temporária. A paralisia geralmente afeta os membros inferiores, mas também pode afetar os membros superiores e, em casos extremos, os músculos respiratórios, levando à morte.

A prevenção da poliomielite é possível por meio da vacinação. As vacinas contra a poliomielite são altamente eficazes e seguras, e são geralmente administradas em uma série de doses durante a infância. Existem duas vacinas principais utilizadas para prevenir a poliomielite: a vacina oral contra poliomielite (VOP), que é administrada por via oral, e a vacina inativada contra poliomielite (VIP), que é administrada por injeção. Ambas as vacinas têm sido fundamentais para os esforços globais de erradicação da doença.

Felizmente, devido aos esforços de vacinação em larga escala, o número de casos de poliomielite diminuiu drasticamente em todo o mundo nas últimas décadas. No entanto, a erradicação completa da doença ainda não foi alcançada em algumas regiões, e surtos esporádicos ainda podem ocorrer em áreas onde a cobertura de vacinação é baixa. Assim, apesar dos avanços, desafios persistem. A pandemia de Covid-19 interrompeu as campanhas de vacinação em muitos países, permitindo que o vírus da poliomielite se espalhasse em comunidades vulneráveis.

Tratamento
O tratamento para a poliomielite é focado principalmente em aliviar os sintomas, proporcionar cuidados de suporte e reabilitação para pacientes afetados pela paralisia. É importante ressaltar que não existe um tratamento específico para curar a poliomielite ou reverter a paralisia uma vez que ela se desenvolveu. Portanto, o foco principal do tratamento é melhorar a qualidade de vida do paciente, minimizar as complicações e promover a reabilitação física para ajudar na recuperação funcional.

Os cuidados de suporte são indicados para pacientes com sintomas leves da doença, como febre e dor. Assim, o tratamento pode envolver repouso, hidratação adequada e medicamentos para aliviar os sintomas. Já para pacientes que desenvolvem paralisia muscular devido à poliomielite, a reabilitação física desempenha um papel crucial na recuperação. Isso pode incluir fisioterapia, exercícios de fortalecimento muscular, terapia ocupacional e dispositivos de assistência, como órteses e cadeiras de rodas, para ajudar na mobilidade.

Foto: freepik

Em casos graves de poliomielite que afetam a função respiratória, a ventilação assistida pode ser necessária para ajudar o paciente a respirar. Isso pode ser feito por meio de dispositivos como ventiladores mecânicos. O tratamento sintomático é importante também, pois dependendo dos sintomas apresentados pelo paciente, podem ser administrados medicamentos para aliviar a dor, reduzir a espasticidade muscular e prevenir complicações como infecções secundárias.

Também é essencial monitorar de perto a saúde do paciente afetado pela poliomielite, especialmente se houver desenvolvimento de complicações, como infecções respiratórias ou úlceras de pressão devido à imobilidade. Por fim, a vacinação é mais eficaz como medida preventiva, mas ainda pode ser administrada durante um surto para prevenir novas infecções.

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