Existe uma limitação aos filhos dos agricultores no que tange buscar o conhecimento, especialmente pela ausência de instituições de Ensino Médio Técnico na Zona Rural. Mas desde 2023 existe a opção da Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha (Efaserra), e que está com inscrições abertas para o ano letivo 2025.
Seu diretor, Israel Matté, explica que a instituição nasceu da união de agricultores e seus filhos, entidades do setor e parceiros. “Preocupados com a sucessão familiar nas propriedades e com a qualidade de vida dos jovens no campo, procuraram buscar alternativas”, declarou. Em 11 anos de atuação a Escola já formou 178 técnicos em agropecuária; e atualmente tem 212 jovens matriculados.
Matté explica que a instituição é privada, mas de caráter comunitário, mantida pela Associação de pais agricultores. Mas seu alicerce é ainda mais robusto, sendo filiada à Associação Gaúcha Pró-Escolas Famílias Agrícolas (Agefa), entidade ligada à União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil (Unefab) e representa no Rio Grande do Sul o movimento das Efa’s.
Há quatro Efa’s no RS
– Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc); da Serra Gaúcha (Efaserra), em em Caxias do Sul; de Vale do Sol (Efasol), em Vale do Sol; e EFA da Região Sul (Efasul), com sede em Canguçu.
Unidade voltada ao Vale do Caí
A unidade de Caxias do Sul está com três turmas de 1° Ano, três de 2° Ano, duas de 3° Ano e outro grupo em estágio. Ela recebe jovens de 32 municípios das regiões da Serra, Campos de Cima da Serra, Hortênsias e Vale do Caí, que Alto Feliz, Bom Princípio, Brochier, Capela de Santana, Feliz, Maratá, Montenegro, Portão e Vale Real.
O diretor destaca ainda o protagonismo da Escola na vida futura dos agricultores, sendo desde 2017 a entidade formadora profissional pelo programa Jovem Aprendiz. “Desenvolve os programas Aprendiz Rural Efaserra e Aprendiz em Projetos Agropecuários aos matriculados”, descreve.
Manter na escola e na terra
Pelas bases formadoras das EFA’s a preocupação da instituição na poderia ser outra, se não a formação intelectual de um agricultor que permanecerá – e aplicará conhecimento – na propriedade familiar. O diretor Matté explica que a Efaserra tem como base a Pedagogia da Alternância. “Nessa metodologia, os estudantes ficam uma semana na escola, em regime de internato, e outra semana junto à sua família, realizando atividades práticas na propriedade”, descreve. A Escola defende que o sistema permite ao jovem manter o vínculo com a agricultura e pecuária.
Cursos disponíveis
O Ensino Médio e Técnico em Agropecuária está estruturado através das áreas de conhecimento e componentes curriculares da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e componentes curriculares do Técnico em Agropecuária. Assim permiti uma ampla articulação entre as áreas, o que proporciona um trabalho dinâmico e interdisciplinar. São três anos de formação, seguidos de estágio supervisionado de 400 horas para complementar a experiência prática.
Requisitos e custos
Para realizar a inscrição é preciso preencher o formulário que está no site da Escola www.efaserra.com.br, até o dia 18 de novembro. O processo seletivo terá três etapas: inscrição; seleção dos candidatos e matrícula. É pré-requisito ter concluído o Ensino Fundamental e a família trabalhar com atividades rurais (agricultura ou pecuária).
O custo é de uma contribuição mensal para manutenção do internato, que varia conforme o aporte financeiro dos municípios de origem dos jovens. As famílias interessadas podem entrar em contato com a secretaria da Escola – pelo WhatsApp (54) 99619-5495 – para mais informações sobre os valores correspondentes. Siga a Efaserra no Instagram