Fórum ressalta importância do saneamento básico

Meio Ambiente. Encontro realizado na Unisc serviu para debater sobre a questão na bacia hidrográfica do Rio Caí

Com a presença de representantes de municípios e empresas instaladas na bacia hidrográfica do Rio Caí e também membros da sociedade civil, o Fórum Caí 2018 promoveu ontem um debate sobre a importância do saneamento básico e o que pode ser feito para resolver esse problema crônico. O encontro, que foi promovido pelo Comitê Caí, aconteceu no campus Montenegro da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e teve como tema “Alternativas de Recursos: Saneamento Básico na Bacia Hidrográfica do Rio Caí”.

Karla é a presidente do Comitê

A presidente do Comitê Caí, Karla Leal Cozza, destacou que o assunto debatido é uma das prioridades do grupo. Ela salientou que o evento serviu para saber como está a situação do saneamento básico na bacia do Rio Caí, o que pode ser feito para resolver o problema, quem são os atores que podem auxiliar e também para fornecer dados para os representantes dos municípios. “A ideia é que as prefeituras saiam com subsídios para resolverem seus problemas nessa área”, destacou Karla.

Karla salientou que, na bacia do Rio Caí, o principal problema é a presença de coliformes na água. “E coliformes a gente sabe a fonte: ou é humano ou é animal”, apontou. Segundo ela, ações como empreendimentos agrícolas como pocilgas com tratamento de dejetos e soluções unitárias (fossa séptica) ou coletivas (tratamento de esgoto) nas cidades são soluções possíveis. “Isso já auxilia para que tenhamos sanidade no nosso rio”, destacou.

A presidente do Comitê Caí ressaltou ainda a importância dos afluentes para a saúde de um rio. “Os afluentes são uma caixa de surpresas. Eles podem estar bem ou serem o problema para o rio”, comentou. Karla destacou que, em razão disso, é importante que os Municípios adotem ações em prol do Rio e tenham consciência do que acontece nos cursos d’água que percorrem seu perímetro.

Ao final do fórum foi observado que as principais demandas dos municípios da bacia do Rio Caí são a coleta de lixo sólido com a separação correta do que pode ser reciclado, que ainda é deficiente e, numa escala menor, o esgotamento sanitário.

Cíntia é a titular da Promotoria de Justiça Regional Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Caí

Promotora observou deveres dos Municípios
Titular da Promotoria de Justiça Regional Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Caí, a promotora Cíntia Foster de Almeida, lembrou que, por determinação legal, providenciar o saneamento básico é uma obrigação dos Municípios. Para isto, os Executivos municipais deveriam elaborar um Plano Municipal de Saneamento Básico. Conforme ela, o prazo previsto na legislação para elaborar esse plano já se esgotou. Na região, cidades como Maratá e Brochier, por exemplo, já possuem o documento.

A promotora observou que o Ministério Público (MP), Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) assinaram um termo de cooperação firmando o comprometimento de formalizar os planos de saneamento básico das cidades. Ela salientou ainda que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) também está em alerta para a questão, com a prestação de contas podendo não ser aprovada ou tendo aprovação com ressalvas caso não exista um Plano Municipal de Saneamento Básico.

Cíntia observou que, no Vale do Caí, a posição no ranking nacional de saneamento é aquém da esperada. “A gente sabe que essa questão de saneamento atinge a saúde pública, atinge a qualidade dos cursos d’água e, então, é muito importante que o administrador tenha os olhos voltados para ela”, reforçou.

Ela apontou ainda que a Promotoria Especializada possui um programa de recuperação das matas ciliares que está sendo executado em parceria com os Municípios que fazem parte da bacia hidrográfica do Rio Caí.

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