Debate. Curta-metragem foi convidado para festival do tema veganismo
O curta-metragem independente “C**** de P***”, com direção de Luís Felipe Fernandes, “Lulu”, estará representando o Brasil em mostra de cinema na Europa. A obra do Coletivo Caixa de Abelha foi lançada no dia 27 de outubro de 2022, e agora recebe reconhecimento mundial por sua relevância no tema em defesa dos animais.
Neste projeto, o artista concentrou sua criatividade na temática do veganismo. Isso rendeu o convite para ser exibido no festival “Vegan Çiftlik Short Film Festival”, na Turquia, nos dias 29 e 30 de junho. Tiago Bayarri, produtor executivo da obra, explica que este é o primeiro festival de cinema voltado à “Libertação Animal”, sendo realizado em uma fazenda vegana na cidade de “Esmirna”.
“É um curta-metragem produzido aqui em Montenegro, por artistas da cidade, independente”, destaca Bayarri. A agitação entre os artistas é também pelo fato deste ser seu primeiro trabalho que sairá do Brasil. Não é um festival competitivo e não há premiação, sendo que o retorno ao Caixa de Abelha é a divulgação internacional.
Bayarri explica que o Coletivo foca em participar destes eventos, com as obras submetidas à seleção e avaliação dos organizadores. “É muito legal ver esse trabalho, que é feito de forma independente, sem recursos, tomando força e dando frutos”, comemora.
Por questão financeira e compromissos com outras obras em andamento, o Coletivo não irá à Turquia. Hoje o curta pode ser visto pelo Instagram @_______ mvsm (são 7 underlines antes do ‘mvsm’ – canal da mostra de videoarte ‘stop motion’). O curta tem 25 segundos, feito da técnica ‘stop motion’ de objetos com interação humana.
Diretor denuncia falsos “amigos dos animais”
O diretor Lulu não precisou ir longe para escolher o tema. Em 2019 se tornou vegetariano, para dois anos depois se declarar vegano (não consome nada de origem ou com ingrediente de origem animal). “Em 2022 participei de um grupo de estudos sobre veganismo popular, uma vertente política da pauta que conecta causas sociais, ecológicas e econômicas”, explica.
Desta convivência surgiu a ideia de abordar o apagamento do sofrimento animal dentro da publicidade das empresas que exploram esta condição. “A ideia do curta é sintetizar em uma pequena animação o conceito que é explicado na sinopse do vídeo arte, que possui o nome de “referente ausente”’.
Este é o mecanismo real que oculta a crueldade, através da propaganda e de outras duas ferramentas. A primeira é a ‘questão de forma’: industrialização de partes dos animais em outros produtos, como salsichas, e que fazem as pessoas não se sentirem tão mal.
A segunda é a ‘questão de burocratização’: empresas possuem conexões com organizações que fornecem selos de produto vegano e se aproveitam disso para se vender como empresas amigáveis, mas não possuem em seus valores a libertação animal. “A ideia é, a partir deste pequeno contato com a obra, haver uma exposição a esta forma de enxergar a libertação animal”, declara.