Fazendo transporte de moradores, barqueiros são figura importante nas enchentes

Apesar dos transtornos causados pelas cheias do Rio Caí, há muitas famílias que preferem não deixar seus lares. Comumente, são aquelas que já estão acostumadas com as enchentes e moram em residências elevadas. No entanto, ilhadas pelas águas, elas contam ou com barco próprio ou com de algum vizinho, amigo e conhecido para se locomover.

Assim, surge uma importante figura nas enchentes montenegrinas: os barqueiros. Cobrando, não cobrando ou aceitando contribuições voluntárias, eles fazem o transporte daqueles que ficaram ilhados, mas que ainda precisam manter sua rotina de ir ao trabalho, ao médico, ao banco ou ao supermercado. Há 20 anos morador do bairro Industrial, João Carlos de Azevedo Garcia, 63 anos, é um dos que auxilia fazendo esse transporte.

João Carlos topou mostrar para a reportagem como o bairro Industrial fica quando há enchente

Com seu caiaque de madeira, João transporta vizinhos e conhecidos. Na manhã de quarta-feira, dia 5, por exemplo, foram três moradores do bairro levados por ele de suas casas até local seco para irem trabalhar. Por princípio, ele nunca cobra a viagem. “Estamos no mesmo barco”, diz.

A frase de João vale tanto para o sentido literal – porque eles estão, de fato, no mesmo barco – e no sentido figurado, uma vez que a casa do barqueiro também é atingida pela cheia. Inclusive, na noite de terça-feira, dia 5, para quarta-feira, João não conseguiu dormir com medo da água que subia e se aproximava da residência onde ele mora com a esposa. O medo se deu, principalmente, pela lembrança da enchente de junho, que atingiu 8,71 metros. “Dessa vez eu levantei as coisas, mas da outra vez (em junho) eu perdi tudo”, contou.

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