Prédio em ruínas, situado na esquina da rua Ramiro Barcelos com a São João, tem seu destino nas mãos da Justiça
Um prédio interditado. Uma calçada impossibilitada de uso. Pedestres que precisam dividir espaço com os carros para atravessar a rua em plena via central de Montenegro. Essa têm sido uma realidade na esquina da rua Ramiro Barcelos com a São João há anos. Uma ação civil movida pelo município impede a demolição do prédio, mas o proprietário já entrou com recurso, pois não tem intenção de fazer os reparos solicitados pela Prefeitura. Nesse trâmite, já se foram três anos. Isso quem explica é a promotora de Justiça de Montenegro Carmen Lúcia Garcia, que acompanha a situação. De acordo com ela, não há data certa para solucionar o problema. “Como o proprietário do prédio entrou com recurso, o caso ainda está em trâmite. Será marcada audiência para o julgamento no Tribunal de Justiça”, destaca.
A Prefeitura Municipal de Montenegro não quer que o prédio seja arruinado de vez, por se tratar de uma estrutura histórica com interesse de preservação. Em resposta vaga, a Procuradoria Geral do Município informou apenas que a questão envolvendo a demolição do imóvel está aguardando decisão judicial. Confirmando a fala da promotora Carmen, o órgão esclareceu que a ação civil solicitando projeto de recuperação por parte do dono ainda aguarda decisão. Porém, a Secretaria Municipal de Obras Públicas já indeferiu o pedido de demolição.
O terreno onde o imóvel está situado tem dono. A calçada também. Deveria ser do pedestre, mas infelizmente não é.
Pedestres são os maiores prejudicados pela situação
O antigo prédio, nos primórdios, já foi casa comercial e até os anos 90 sediou uma filial da rede de lojas “A Barateira”. Chegou até a ser comitê político em várias campanhas eleitorais, onde ocorriam reuniões e distribuição de panfletos. Porém, hoje, o que sobrou só serve para atravancar o caminho.
Também há reflexos no trânsito. O condutor que segue pela rua São João (mão única) e deseja dobrar à direita para ingressar na Ramiro tem dificuldade de enxergar um pedestre. Isso porque, além de obstruir a passagem a pé, o tapume que isola o prédio atrapalha também a visão de quem dirige.
O aposentado Edemar Martins da Silva, 56 anos, relata, preocupado, que quase foi atropelado ao atravessar a rua. “Com o dia a dia atribulado, todo mundo está sempre com pressa. E é numa dessas que pode acontecer um acidente. O tapume atrapalha a visão dos motoristas, além da travessia. Acho que primeiro deveriam resolver a questão da passagem de pedestres e depois a obra”, conclui.
A dona de casa Bianca Dutra Lopes, 19 anos, conta que, em muitas oportunidades, quase foi vítima de acidente. Dividir o espaço com os carros é ruim, especialmente para idosos e crianças que transitam pelo local. “Certa vez, um motoqueiro não deu sinal de que dobraria na Ramiro e fui atravessar. Quase fui atropelada. E o pior é que nem teria como recuar, pois iria bater no muro que fizeram em torno da obra”, queixa-se.
Camila Braga, vendedora de 26 anos, passa frequentemente pelo local com a filha Alicia. Ela afirma que é complicado passar pela rua, onde antes havia uma calçada. Por sorte, a vendedora nunca passou por uma situação desagradável, mas fica sempre atenta.