A despedida de Carlos Eduardo Ferreira, o “Schimia”, de 42 anos, está prevista para esta sexta-feira, 17. E será marcada por uma série de homenagens ao motorista da Prefeitura de Montenegro que faleceu em acidente ocorrido no início da manhã da última quarta-feira. O velório está programado para iniciar durante a madrugada, logo após a meia-noite, com o sepultamento programado para às 15h30 no Cemitério de Porto dos Pereiras, em Montenegro.

Na tarde desta quinta-feira um guincho já levou o automóvel Chevette, de cor amarela e ano 1977, para a frente da capela mortuária da Funerária Vargas, local do velório. O Opala, ano 1987, que estava em sua garagem, também deve participar do cortejo. Eram os veículos que “Schimia” costumava levar nos encontros de carros antigos, uma de suas paixões. O caixão deverá estar também em um veículo que é uma relíquia: um Ford Landau da funerária, que Eduardo apreciava muito. Amigos, com seus veículos antigos, já anunciaram que estarão também nas homenagens, assim como veículos e colegas da Secretaria Municipal da Saúde, setor em que Eduardo trabalhou por cerca de 9 anos. E ainda muitos motoboys, já que ele também fazia serviço de tele-entrega. Ainda trabalhou no guincho do Detran e na empresa Zaraplast.

– Crédito: Álbum de Família
As homenagens devem ocorrer no início da tarde desta sexta-feira, a partir das 13h30. O cortejo fúnebre deve sair da capela mortuária até a Secretaria da Saúde (Assistência) e depois se dirigir ao cemitério. “Ele estava sempre ajudando todo mundo. Não tinha tempo ruim. Gostava de estar reunido com os amigos, em churrascos. Estava sempre na correria, trabalhando, mas dava um jeito de estar com a família. Era muito apegado as filhas e a neta de coração”, lembra a esposa, Letícia Ferreira, a “Leh”, com quem esteve junto por 21 anos. “E era um ótimo funcionário, sempre prestativo e amigo de todo mundo”, completa.
“Pedi para ele ir de carro”
Letícia lembra que no início da manhã de quarta-feira ela ainda falou para Eduardo ir de carro, já que estava muito frio. Mas ele preferiu ir de moto. Ela estranhou porque o marido não avisou que tinha chegado ao serviço, já que costumava fazer contato. “Liguei e não atendeu”, recorda. Ao ficar sabendo de um acidente de moto, logo suspeitou que poderia ser o marido. Fez contato com hospitais e depois ficou sabendo daquilo que mais temia. “Schimia” tinha falecido na colisão com um ônibus, por volta de 7h35, na Rua Celso Emílio Müller, a Via I, que liga o centro ao bairro Cinco de Maio.
A Brigada Militar isolou o local para a realização de perícia e a Polícia Civil vai investigar as circunstâncias do acidente. Letícia suspeita que Eduardo pode ter sofrido um mal súbito antes da colisão. Ela lembra que no ano passado ele sofreu um enfarte e depois foi submetido a um cateterismo para colocação de stent. Desde então não estava mais levando pacientes para outras cidades, passando a atuar no transporte da equipe médica de atendimentos domiciliares. “Ele estava bem. Inclusive ajudou na remoção da equipe de saúde durante a enchente”, recorda. Lembra que o marido era muito cuidadoso com relação ao trânsito, sendo reconhecido como ótimo motorista. O laudo do Departamento Médico Legal (DML), que realizou a necropsia, pode apontar se houve o mal súbito.
A Administração Municipal de Montenegro, através do prefeito Gustavo Zanatta e do vice-prefeito Cristiano Braatz, emitiu nota de pesar, ressaltando que o servidor público Carlos Eduardo Ferreira, o “Schimia”, trabalhava na Prefeitura desde janeiro de 2015, atuando como motorista da Secretaria Municipal da Saúde, função que o seu pai, José Ferreira, também havia exercido no município. “Eficiente e prestativo, Carlos Eduardo protagonizou uma trajetória de dedicação e de espírito público, que melhoraram a vida e o cotidiano dos colegas e daqueles que ajudou através de sua atividade profissional”, destacou a nota. A secretária municipal da saúde também lembrou o empenho, empatia e comprometimento de “Schimia”.

– Crédito: Álbum de família

– Crédito: Álbum de família
Morador do bairro São João, além da esposa Letícia, Eduardo deixa as filhas Maria Vitória e Helena, de 9 e 12 anos, enteados Juliana e Henrique, neta de coração Laura, irmãos, demais familiares, colegas e um incontável número de amigos. Nas redes sociais também são muitas as homenagens. “Vai deixar uma saudade imensa para todo mundo e ficará sempre presente nos nossos corações”, conclui a esposa Letícia Ferreira.