Citricultores iniciam outra colheita após uma seca

Projeção. Ao menos chuvas de maio garantiram crescimento de variedades

A colheita dos citros no Rio Grande do Sul iniciou de forma mais efetiva em maio, acompanhada da realização de práticas culturais e do monitoramento e controle de pragas. Inclusive, em algumas variedades “do cedo” (precoces) já caminha para o final. Em relação ao desempenho dos pomares, boletim da Emater/RS-Ascar, divulgado na primeira quinzena do mês passado, mais uma safra com efeitos da estiagem.

No Vale do Caí, bergamotas (especialmente Caí), laranjas precoces e limão Tahiti estão em colheita; e o raleio das bergamotinhas verdes da Montenegrina (do tarde) foi finalizado. As demais variedades estão em fase de desenvolvimento das frutas.

“As condições climáticas nas últimas semanas (em maio) têm favorecido o desenvolvimento normal, após o término do período de estiagem”, explicou o técnico da Emater Marcos Schafer. As chuvas volumosas garantiram água no solo, afastando risco de haver mais perdas. Ainda assim, em função dos últimos três anos consecutivos de seca, a produção deste ano será, novamente, menor que de um ano normal.

Diversos municípios do Vale confirmam uma redução de produtividade variando de 20% a 30%, especialmente nas variedades mais precoces. “Além do menor número de frutos médios por árvore, o tamanho final médio também está menor”, analisa. Mas esses dados serão confirmados apenas nas colheitas. Na dia 16 de junho, na localidade de Campo do Meio, em Montenegro, acontece cerimônia da Abertura Oficial da Safra Estadual de Citros.

Colheita ainda é das variedades ‘do cedo’ (precoses)
Foto: Arquivo Jornal Ibiá

Controle de pragas
No período entressafra é feito o monitoramento e controle de moscas-das-frutas, naquelas próximas da maturação e maduras; além da prevenção da pinta-preta nas laranjas e bergamotas. Neste ano houve relatos de ocorrência em maior intensidade de “cochonilhas”, principalmente escama farinha e ácaros da falsa ferrugem. Estas ocorrências maiores estão relacionadas ao período de estiagem que favorece o desenvolvimento destas pragas, e que a partir de agora também deve se normalizar.

Queda foi confirmada no raleio
A redução no tamanho e na quantidade de frutas já havia sido constatada pelas indústrias de óleos essenciais. No boletim da Regional Emater Lajeado, o setor informava queda de 40% no volume de bergamotinhas verdes.
Especialmente as bergamotas Satsuma e Caí; e as laranjas Do Céu, Salustiana, Shamouti e Umbigo Bahia ficaram menores. “É importante destacar que esta realidade não é homogênea. Para algumas propriedades e municípios, (o raleio) foi normal”, alerta Schafer. Novamente, a previsão de inverno chuvoso traz expectativa de melhora no crescimento das frutas de ciclos intermediário e tardio.

Preço do raleio
Pomares dos retardatários da Montenegrina tem recebido entre R$ 13,50 e R$ 14,00/cx. de 25 quilos.

A “Caí” é o primeiro sucesso
A safra inicia com a bergamota Caí, que abriu com preço médio de R$ 60,00 a caixa de 25 quilos. Os relatos sobre os atributos internos da fruta são positivos, devido a maior concentração de açúcares gerados pela pouca chuva.
Em função das noites mais frias, a coloração das cascas está com amarelo intenso nas variedades em maturação e em colheita. Isso ocorreu graças à amplitude térmica maior (entre máxima e mínima acima 10°C) para iniciar a mudança de cor.
A Ponkan é outra variedade do início do período, e que partiu com preço médio de R$ 50,00/cx. de 25 kg. A colheita da laranja Do Céu é relatada em Harmonia, Brochier, São Sebastião do Caí e São José do Hortêncio; com preço médio de R$ 40,00/cx de 25 kg. Nestes também há produção das laranjas Umbigo Bahia, Seleta e Shamouti, com preços entre R$ 30,00 e R$ 55,00/cx. de 25 kg.

Atividades neste momento
– poda em pomares das variedades em raleio e de alguns pomares de laranjas;
– Manejo da vegetação espontânea ou de cobertura para agilizar a colheita;
– Introdução de sementes de plantas recuperadoras.

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