Um caso ocorrido em Salvador do Sul está gerando grande repercussão e revolta. A mãe e o padrasto de um menino de 2 anos foram presos, sob acusação de maus-tratos contra a criança, incluindo suspeita de agressões e abuso.
Conforme o Conselho Tutelar, a criança foi removida para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre devido às graves lesões, chegando a ficar entubada. Segundo informações, teria sofrido hematomas e marcas de queimaduras, sendo submetida à cirurgia e ficando internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As agressões teriam ocorrido dentro da casa da família na tarde do domingo de véspera de Natal, dia 24.
A própria mãe teria levado o filho ao hospital local, sendo depois removido para o Hospital Montenegro (HM Regional) e transferido ao HPS. Na noite do dia seguinte, feriado de segunda-feira, 25 de dezembro, o homem de 31 anos e a mulher de 19 anos, foram presos pela Brigada Militar.
A Polícia Civil registrou a ocorrência e o Conselho Tutelar encaminhou o caso ao Ministério Público (MP), já que envolve uma vítima menor de idade. O poder judiciário decretou a prisão preventiva e a BM cumpriu o mandado, encaminhando o casal para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Montenegro, sendo posteriormente recolhido ao sistema prisional.
De acordo com o Conselho Tutelar, a mulher já tinha suspeita de agressão contra o bebê. Segundo a Polícia, o caso vinha sendo monitorado desde setembro, mas se tinha inicialmente a suspeita que as manchas no corpo da criança poderiam ser decorrentes de uma doença. Por isso foram solicitados exames e perícia. O delegado Paulo Ricardo Costa lembra que em outubro já foi feito o indiciamento dos acusados por maus-tratos, já que a criança tinha marcas de queimadura numa das mãos. Como teriam sido verificadas mais lesões, foi requerida a prisão pelo MP, a qual foi decretada. O delegado ressalta que chamou a atenção à frieza dos suspeitos durante o interrogatório na Delegacia, não aparentando preocupação com o menino que estava internado na UTI. “Estamos aguardando o resultado da perícia técnica”, diz.
O pai do menino seria morador da região da fronteira e foi localizado. A criança está sob responsabilidade da avó materna, que acompanha o menino na internação. O Conselho Tutelar, inclusive, solicitou à Justiça para que a mãe não tenha mais a guarda do filho, caso que ainda deverá ser julgado. “O Conselho Tutelar já fez o que tinha que fazer, aplicando todas as medidas necessárias”, ressalta o conselheiro João Rhoden. “Caso a criança retorne para Salvador do Sul terá todos os cuidados e amparos necessários”, completa.