A noite de domingo não terminou bem para dois jovens – um de 18 anos e outros de 17 – em Pelotas, no Sul do Estado. Após divulgarem em redes sociais a existência de blitz na cidade, ambos foram presos em flagrante pela Brigada Militar (BM) e irão responder por atentar contra a segurança, conforme prevê o artigo 265 do Código Penal. Se condenados, os dois podem pegar uma pena de até cinco anos e precisarão pagar multa. Os dois acusados foram identificados por um agente da secretaria municipal de Segurança Pública que estava infiltrado no grupo. Ele identificou os autores das mensagens e acionou a BM.
Para o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Iber Augusto Lesina Giordano, avisar sobre a realização de blitzes é um desserviço. Porém, ele salienta que na região a existência de grupos para alertar sobre a realização de tais ações são raros. “Tenho poucas notícias desses grupos aqui, até porque eu vejo no perfil da nossa região um pessoal mais colaborativo com a polícia”, destaca. Ele reforça ainda que a população local mais ajuda a polícia do que tentar burlar as leis.
Como exemplo sobre o que pode ocorrer ao se avisar nas redes sociais sobre a realização de uma blitz, o major diz que isso pode acabar alertando algum criminoso que esteja em um carro roubado que poderá mudar sua rota e evitar ser pego. “Como nossa região é menos conturbada, esse efeito é um pouco menor. Mas muitas vezes a gente vai estar avisando para alguém que cometeu um assalto ou que está com um carro furtado”, alerta.
Sobre a realização de blitzes, Giordano diz que elas possuem caráter educativo e também servem para deixar em evidência o trabalho realizado pela Brigada Militar. “Nosso serviço é de prevenção. Claro que quando a gente se depara com uma pessoa suspeita numa blitz aí a gente faz tudo o que tem que fazer”, explica. Ele salienta ainda que muitas vezes a realização de uma blitz atrai atenção de mais pessoas do que a ação de busca de um criminoso em um bairro.