Desafio.Principais vias urbanas sofreram com as chuvas das últimas semanas
O desgaste natural do asfalto, com o movimento contínuo de caminhões, carros e motos, já seria motivo mais que suficiente para a recuperação de determinados trechos das principais vias urbanas de Montenegro. Mas agora a chuva dos últimos dias contribuiu para aumentar ainda mais os buracos nas vias pavimentadas, tanto em quantidade quanto em profundidade. E há casos bem graves, onde a água corre livremente das encostas para o asfalto, levando embora todo o investimento em pavimentação. Aos motoristas, pouco resta a fazer a não ser desviar, reduzir a velocidade e, é claro, comparecer à oficina ou à borracharia mais vezes do que gostariam.

Na Ramiro Barcelos, já no trevo de acesso à cidade pela rodovia Maurício Cardoso (RSC-287), o motorista se depara com asfalto quebradiço, com pequenos buracos que geram desconforto a quem transita em veiculo automotor. “Isso aí nunca foi de boa qualidade. O bom dessa buraqueira é que ninguém passa correndo por aqui”, ironiza o lavador de carros Enivaldo Grosz . Ele ainda aponta outro trecho da Ramiro, próximo à rodovia, onde há um declive na pista.Naquele ponto, a pista afundou e é mais baixo em relação ao restante da estrada. “No sábado passado (09) um rapaz deu de solavanco nessa baixada e perdeu a suspensão, a homocinética e furou um pneu”, conta Enivaldo, reclamando a falta de manutenção das ruas.

Tapa-buracos não resolve
Ainda na Ramiro, alguns metros mais à frente, na pracinha da Rodoviária, mais buracos, aparentemente provocados pela ação da água da chuva. Também se percebe ali um asfalto que cobriu alguns buracos, possivelmente de alguma operação tapa-buraco feita naquele trecho. “Esses tapa-buraco que fazem não resolvem. Em seguida, o material esfarela. Lá no Aeroclube, fazem esse serviço também, mas não resolve”, aponta o vendedor Marcelo Kerber, que diariamente circula pela cidade em razão do trabalho.
Já um pouco antes da esquina com a Travessa Teobaldo Pasini, uma enorme cratera força a redução de velocidade. Ali houve manutenção na rede de água.

Com as recentes chuvas, toda a cobertura de material que havia sobre o buraco foi por água abaixo. “Depois da chuva, aumentou o buraco. Vai passando carro e vai abrindo mais. Só que está perigoso. O pessoal invade a pista contrária pra desviar”, diz o aposentado Pedro Marques.
No cruzamento da José Luis com a Capitão Porfírio, há buracos recentes sobre a faixa de segurança. O pedreiro aposentado Rubens Lima também é um dos críticos das operações tapa-buracos. “O correto seria remover o material que se desintegrou, limpar o buraco e jogar um asfalto de qualidade para, somente depois, colocar mais uma camada de asfalto cru por cima. A gente paga imposto e sempre saímos no prejuízo”, comenta o aposentado.
Após esse trecho, em direção ao bairro Timbaúva, os problemas na rua aparecem novamente no trecho em que ela passa a se chamar Bruno de Andrade.
Na Grande Timbaúva, principais ruas também estão ruins
O grande número de habitantes na região da Timbaúva e as poucas opções de ligação com o Centro tornam o trânsito na rua Bruno de Andrade intenso. No cruzamento com a Cristiano Matte, há várias falhas no asfalto. Além dos buracos, muita areia acumulada sobre a pista, que desceu do Morro São João pela rua do Sabiá.

O empresário Dioni Lopes diz que os problemas por ali não são recentes. “Bem antes das chuvas, já estava essa buraqueira. Me parece mais falta de manutenção mesmo. E aqui na ciclovia, não tem condições nem pra carrinho de bebê passar. E os nossos impostos, pra onde vão?”, questiona.
Já a avenida Júlio Renner, pela sua extensão, pode-se dizer que possui boas condições na pista de rodagem, mas com problemas pontuais. Perto das calçadas, o asfalto quebra por causa das raízes das árvores. Os quebra-molas são praticamente invisíveis. Alguns estão se desmanchando e, a partir do cruzamento com a rua Maranhão, os buracos se multiplicam.
José Carlos Nunes da Rosa é aposentado e há três anos faz uso da bicicleta para se deslocar da casa onde mora, no bairro Estação, para fazer curativos nos pés na Secretaria de Saúde. Segundo o idoso, hoje com 74 anos, de ônibus, o sofrimento seria maior para fazer esse deslocamento. “Isso é uma vergonha. Se pra mim, que ando de bicicleta, já é ruim de circular em meio a esses buracos, imagina pra quem passa de carro por aqui”, aponta José Carlos.
Uma exceção é a rua Campos Neto, que apresenta boas condições, provavelmente porque o asfalto ainda é novo. Mas há necessidade de pintura em faixas de pedestres.

Em alguns pontos, há água na pista durante o ano inteiro
A rua Dr. Hans Varelmann é uma das principais vias urbanas que ligam a Timbaúva à zona sul da cidade. Naquela região, há problemas crônicos sobre a pista de rodagem. Continuamente, a água escorre das ribanceiras, perto de onde a rua troca de nome, na altura do número 98, já no trecho em que é identificada como rua Inácio de Oliveira Filho. “A pista está sempre molhada. Sempre teve buraco, mas do tamanho que estão agora não tinha visto”, conta um morador que não quis ser identificado.

Em outro ponto, em frente a um supermercado na esquina com a rua Luiz Carlos Schneider, mais buracos e pedras que se esfarelam, deixando a pista escorregadia. “ A gente fica inseguro de passar por aqui e, às vezes, tem que fazer manobras pra desviar do buraco”, conta o caldeireiro Roberto Kunh.
Essa situação de água continuamente sobre a pista se repete na avenida Ernesto Popp, na pista em que os carros transitam em direção à RSC-287. A água desce do Morro, quase em frente à Escola Cinco de maio. Em alguns pontos da avenida, a umidade chega a ocupar metade da pista. “Sempre teve água na pista e o asfalto não aguenta. Podiam canalizar, porque, do jeito que está, é dinheiro perdido tapar esse buracos. Quando um caminhão bate nesses buracos, se ouve o estrondo como se fosse na sala”, relata a dona de casa Adelina Santos.

O eletricista Valério Carvalho também acredita que a melhor solução é canalizar a água que desce do Morro. “De vez em quando, passa uma kombi da Prefeitura cheia de saquinhos de asfalto frio. Mas é só fazer uma boa canalização para direcionar essa água que vai pra pista e se resolve esse problema. Mas como a Prefeitura nunca tem dinheiro, fica desse jeito”, critica o eletricista.
Expectativas de manutenção
Na Rua João Pessoa, no trecho onde ocorrem as inundações, na zona do Cais do Porto, curiosamente, o asfalto resiste. Os buracos aparecem adiante, em diversos cruzamentos, como nas esquinas com a rua José Luis, com a rua Olavo Bilac e a Osvaldo Aranha. “Não está feio somente aqui, essa situação se repete por toda a cidade”, comenta o professor Ricardo Kraemer, que transitava de automóvel pela via pública.

Segundo o secretário de Viação e Serviços Urbanos, Ricardo Endres, em Montenegro, foram 24 dias de muita chuva. Na zona rural, a estrada do Campo do Meio já passou por melhorias nesta segunda-feira. “Estamos trabalhando para tapar os buracos no menor tempo possível. Acredito que até sexta-feira (16) teremos realizado a manutenção nas principais vias da cidade”, afirma.
Quanto à água sobre a pista, entre a Dr. Hans Varelmann e a Inácio de Oliveira Filho, o secretário também afiram que a via pública vai ser recapeada, através de um contrato assinado com o Badesul.