Foi confirmado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) um caso de sarampo em uma paciente de 50 anos, moradora de Porto Alegre. A mulher não possuía comprovação vacinal e havia retornado de viagem dos Estados Unidos no final de março. Os primeiros sintomas surgiram no início de abril. É o primeiro caso importado do Estado desde janeiro de 2024 e um alerta epidemiológico foi realizado pelo governo.
Em resposta à notificação, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre estão em monitoramento dos contatos domiciliares do caso quanto ao surgimento de sintomas e situação vacinal contra o sarampo. Os comunicantes dos locais por onde ocorreu a circulação em período de transmissibilidade, a partir de 31 de março, estão sob monitoramento quanto ao surgimento de sintomas e revisão da situação vacinal contra sarampo, inclusive no voo de retorno ao Rio Grande do Sul. Até o presente momento não há casos sintomáticos dentre os expostos.
O sarampo é uma doença infecciosa, especialmente grave em menores de cinco anos, imunodeprimidos e desnutridos. É extremamente contagiosa e causada por um vírus transmitido de pessoa para pessoa por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Os principais sinais e sintomas do sarampo são o aparecimento de manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5°C) acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse seca, irritação nos olhos (conjuntivite) e nariz escorrendo (coriza). A transmissão inicia seis dias antes do exantema e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.
Intensificação das ações de vigilância
Em 31 de março, a Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio do Cevs, já havia publicado uma Nota Informativa sobre o sarampo, alertando para a intensificação das ações de vigilância frente às ocorrências de sarampo em outros estados brasileiros e na região das Américas. No país, já foram identificados neste ano três casos no Rio de Janeiro, um no Distrito Federal, um em São Paulo e, agora, por último o caso do RS.
A medida mais efetiva para a prevenção é a vacinação, oferecida gratuitamente pelo SUS para a população de 12 meses a 59 anos, de acordo com as indicações do calendário de rotina. Adolescentes e adultos não vacinados ou com esquema incompleto devem iniciar ou completar o esquema vacinal de acordo com a situação encontrada, respeitando as indicações do Calendário Nacional de Vacinação. São duas as vacinas disponíveis para proteção contra o sarampo: vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
Esquemas vacinais
- Crianças de 12 meses a menores de cinco anos: primeira dose (D1) aos 12 meses com a tríplice viral e segunda dose (D2) aos 15 meses com a tetraviral (ou tríplice viral + varicela monovalente).
- Pessoas de cinco a 29 anos: duas doses da vacina tríplice viral.
- Pessoas de 30 a 59 anos: uma dose de tríplice viral.
- Trabalhadores da saúde: duas doses de tríplice viral.
- A vacina tríplice viral é contraindicada durante a gestação. As gestantes não vacinadas ou com esquema incompleto deverão receber a vacina no puerpério.