Hospital Montenegro recebe habilitação e agora conta com 20 leitos de UTI

Novos quatro já vinham recebendo pacientes da região há um mês

O Hospital Montenegro 100% SUS conta agora, oficialmente, com vinte leitos de UTI. A casa de saúde recebeu a habilitação de quatro novos ainda na quarta-feira, dia 14. Antes da pandemia, a instituição contava com dez leitos de UTI clínicos. Foram abertos outros seis no ano passado, específicos para pacientes com Covid, e que chegaram a ser fechados e reabertos em período de queda nas contaminações. Os novos quatro também são específicos para pacientes Covid.

“Na verdade, a gente já vem usando esses quatro leitos há mais de um mês”, revela o diretor técnico do HM, Dr. Jean Ernandorena. “O que aconteceu foi a formalização, até por uma questão de custeio. Agora eles estão regularizados e o hospital poderá receber por estes leitos, o que não acontecia.”

A oferta pôde ser ampliada com camas e respiradores beira-leito enviados pelo governo do Estado no mês passado; parte de um lote formado por aquisição da administração pública estadual e também por doação da empresa JBS. “A gente sempre teve uma demanda muito grande de pacientes intubados pela Covid.”, sublinha Ernandorena.

Os números mostram isso. Apesar de reconhecer que há uma diminuição da procura por atendimento na emergência em comparação com o pico de casos registrado em março, o diretor técnico aponta que a demanda segue alta. Com vinte habilitados, a taxa de ocupação do Hospital Montenegro na manhã dessa quinta-feira, na UTI, era de 105% – a maioria, 85,8%, com a Covid-19. É um reflexo, segundo Ernandorena, do giro de ocupação. Antes, pacientes Covid ficavam cerca de sete dias na UTI. Hoje, já com a disseminação da nova variante do coronavírus, alguns ficam mais de um mês.

Estoque de medicamentos ainda preocupa
Leito de UTI habilitado, explica o diretor técnico do HM, é demanda por médico, enfermeiros, técnicos de enfermagem, higienização, equipamentos e medicamentos. “Se nessa corrente de cuidados, algo faltar, o leito já não fica disponível na qualidade que ele tem que ter”, pontua. Com recursos provenientes da habilitação, da ajuda da comunidade e do auxílio da Prefeitura de Montenegro, dentre outros, a maior angústia da casa de saúde, pro momento, é justamente com medicamentos que estão em falta no mercado. “Não é questão de financiamento. A gente não consegue comprar porque o fornecedor não tem”, diz Ernandorena.

Ele se refere aos chamados “kits intubação”, bloqueadores neuromusculares, sedativos e anestésicos usados na intubação; quando os pacientes precisam receber ventilação mecânica e manter a respiração adequada enquanto combatem a infecção pela Covid-19. É que com o pico de casos registrado nas últimas semanas, as indústrias não estão dando conta de suprir a demanda do País. O HM até chegou a receber duas remessas doadas pelo Ministério da Saúde e pelo Estado, mas os estoques seguem baixos.

“Nós recebemos uma quantia pequena e o que conseguimos adquirir foi de forma reduzida. Não existe segurança. Você precisa de cinco mil ampolas de um medicamento no mês e a gente compra de 300 em 300, de 80 em 80. Isso deixa todo mundo inquieto e assustado”, coloca o diretor. O Hospital Montenegro chegou a tentar negociar a importação com fornecedores uruguaios, mas acabou não conseguindo. “A medida em que os casos nesses países vão aumentando, eles acabam proibindo a exportação dos medicamentos”, diz. Ele avalia, porém, que a aparente redução dos casos possa dar algum fôlego aos estoques nos próximos dias.

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