Tomé o discípulo incrédulo

Acho que já contei esta história alguma vez, mas quero apresentá-la sobre outro prisma agora.
Tomé, era um dos discípulos de Jesus. Tomé, conhecido como Dídimo, que tem origem grega, provém do nome Dydimos, que significa literalmente gêmeo, nascido do mesmo parto. Um dos pescadores que foi escolhido pelo Messias para propagar sua mensagem. Tomé andava com Jesus, Tomé viu os milagres de Jesus. Muito provavelmente estava com o Mestre quando Ele andou sobre as águas. Deve ter visto Pedro tentar fazer o mesmo, aliás sobre Pedro falarei outra hora pois este também me causa uma certa estranheza, aliás estes discípulos de Jesus não passariam num teste psicológico. Não suportariam um teste vocacional. Um suicidou-se por ter traído, outro o negou três vezes e Tomé não acreditava que Ele ressuscitaria. Voltemos a Tomé.

Ele também presenciou a ressurreição de Lázaro, deve ter visto a cura do Cego de nascença, presenciado a cura dos leprosos. A libertação de endemoninhados, a cura da mulher com hemorragia. Enfim, acompanhou os vários milagres e maravilhas feita por aquele que se dizia (e era, e É) Deus.

Pois bem, mas está lá no livro de João Capítulo 20 do versículo 24 a 29 a passagem que o deixou conhecido como o discípulo incrédulo. A expressão ver para crer surgiu ali. Tomé soube da ressurreição de Cristo e não acreditou. Disse: “Só acredito, vendo. Se tocar as suas chagas então crerei.”

Agora pensa bem, o cara é testemunha ocular duma penca de milagres. Enxerga, com os olhos que a terra comeu, O próprio Deus encarnado, realizando sinais e maravilhas. Anda com ele aprendendo e vendo coisas que só seriam possíveis pelas mãos do próprio Senhor. Ouve da boca deste mesmo Cristo, que seu Reino não era terreno mas celestial. Escuta, provavelmente mais de uma vez que “Quem crê em Mim, ainda que morra viverá”. E mesmo assim não acredita quando lhe contam que Jesus tinha, enfim, cumprido sua missão.

Mas que diabos (ops, perdoa-me Senhor) fez Tomé nos anos em que perambulou pela Galiléia e arredores com Jesus? Será que ele pensou que os quase cinco mil homens que foram alimentados a partir de cinco pães e dois peixinhos, receberam uma tele entrega do ifood? Sabe-se lá porque, mesmo depois de participar de tanta coisa, que seria impossível se Cristo não fosse Divino, ainda não tinha entendido a moral da História.

Literalmente, Meu Deus. Quanta incredulidade. Que falta de fé. Três anos, para isso?
Foi então que Cristo aproximando-se dele disse: “Tomé, meu querido, dá tua mão aqui. Toca aqui nas minhas feridas, na marca dos pregos. No furo da lança e vê”. Então Tomé se convenceu finalmente e caiu com o rosto em terra adorando ao Senhor. E Cristo ainda, arrematou: “Você acreditou porque viu? benditos aqueles que acreditam sem ter visto”. Essa é a beleza e o mistério da Fé.

Temos muitos Tomés por aqui. Mesmo vendo as coisas acontecerem teimam em não acreditar. Claro que o Tomé da Historia Bíblica não tinha a maldade e o despeito que os Tomés Tupiniquins. O caso desses, não é de crença, pois mesmo que “andassemos sobre as águas” diriam que não sabemos nadar.

Os Tomés locais na verdade, sabem que estamos no caminho certo. Muitos até já estiveram por aqui. Eles com certeza sabem que fizemos bastante coisa no ano que passou. Mas é mais facil e mais conveniente apontar os defeitos e o que deixou de ser feito. Isso até minha neta de 12 anos me cobra às vezes. Porém, ela como é inocente, não tem maldade, nem segundas intenções, coloca os acertos na frente da crítica. As crianças às vezes envergonham os marmanjos. Como Tomé deve ter ficado, ao cair de joelhos ante o Senhor.

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