A lei de Talião era um antigo sistema de penas, onde o autor de um delito devia sofrer dano idêntico ao por ele causado. Se você prejudicasse alguém, você era punido na mesma moeda. Do latim “lex Talionis” Lex, lei e Talio, tal, idêntico. Daí origina-se também o termo “retaliação”, ou seja, devolver na mesma moeda. Se alguém lhe arranca um olho, deve ter o seu arrancado. Tal pena para tal crime.
O Código de Hamurabi é o primeiro código estruturado de leis que se tem noticia e onde primeiro encontramos a expressão dente por dente, olho por olho. Antes disso as leis eram transmitidas de boca em boca. Hamurabi, rei do Império Babilónico que viveu lá por 1790 criou este conjunto de leis que foi instituído nos reinos conquistados posteriormente. Também em todo velho Testamento Bíblico,principalmente nos livros escritos por Moisés, a lei de Talião aparece. Isso quer dizer que naqueles tempos, era esperado agredir na mesma medida em que era agredido. Até Cristo.
Quando o Messias surgiu para o mundo, trouxe uma nova filosofia que era contrária ao que até ali era difundido. Trouxe uma pregação contrária ao estabelecido. Ao invés de Olho por olho, dever-se-ia “dar a outra face”. Paremos para pensar: Que revolução! Dar a outra face? Perdoar 70 vezes 7? E o tio Hamurabi?
Mas aqui um parêntese: Perdoar não é consentir. O mesmo Cristo que deu a outra face, também ensinou sobre a justiça. E deixou claro quem é o pai da mentira.
É natural que ao propor isso, Cristo tenha causado um rebuliço no Império Romano e nos Rabinos. Os ortodoxos tiveram urticária. Toda mudança causa impacto. Todo desvio de rota tem resistência. Toda tentativa de nos tirar da zona de conforto vai causar, primeiramente, contrariedade.
A equipe formada pelo prefeito Zanatta, na sua maioria, são novatos na administração pública. Uma boa parte é oriunda da iniciativa privada. Alguns nunca tinham entrado em uma repartição pública a não ser para pagar algum imposto ou solicitar um serviço. Mas foram nomeados pela competência demonstrada na sua área de atuação. A engenharia, a administração, a arquitetura, a contabilidade são iguais aqui ou na China, porém o tempo na prefeitura é diferente. A velocidade para aprontar um processo e atender a população, que não está interessada se faltou emulsão asfáltica, que não quer saber se é preciso gastar 300 para comprar 100, é uma velocidade de tartaruga.
E o que mais ouvimos nestes 6 meses de governo, em todas as secretarias foi: “Isso sempre foi assim.”
Nosso objetivo é mudar este pensamento. Sempre há espaço para evolução. Sempre há outra forma de fazer para da resposta mais rápida. Não pegaremos atalho na lei, não teremos “jeitinho”, mas aprimorar e derrubar as muralhas da burocracia é possível.
Não é aceitável que na era da informática ainda tenhamos que carregar processos com mais de 1000 páginas em carrinhos de 4 rodas. A impressão em folhas A4 atualmente é de corar qualquer ambientalista. Quantas vezes você, amigo leitor, parou para ler os atos da administração publicados (em centenas de folhas impressas) nos “átrios” do palácio?
É burrice manter uma central telefónica PABX quando o futuro é VOIP. E perda de dinheiro, pois é mais barato a transmissão de dados do que voz. Evoluiremos e o atendimento terá mais qualidade.
É desumano obrigar o contribuinte a formar filas para protocolar um pedido, quando atualmente até nossa conta de água, luz e telefone são pagas pelo smartfone. É cruel que o prefeito perca mais tempo assinando processos do que planejando a cidade. Ah, mas isso sempre foi assim. Isso é impossível. Perdoar também era até o Salvador provar o contrário.