Saúde não tem Partido

É urgente falar sobre uma das maiores crises de saúde pública da história do nosso estado. O Rio Grande do Sul está em colapso, e infelizmente, Montenegro também sente os impactos dessa realidade. Como vereador e cidadão, não posso me calar diante desse problema que o nosso povo enfrenta, enquanto o governo do Estado falha em cumprir seu papel.

Na última segunda-feira, dia 19 de maio, o governo estadual decretou emergência em saúde pública diante do crescimento alarmante dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). São mais de quatro mil hospitalizações e 305 óbitos registrados apenas neste ano, sendo as crianças menores de cinco anos as mais afetadas. Em Porto Alegre, as emergências operam com até 300% da capacidade, e cidades como Canoas ainda enfrentam o fechamento de hospitais desde as enchentes de 2024.

E aqui em Montenegro, o que vemos? Um Hospital Regional que atende 19 municípios, sobrecarregado e sufocado pela ausência de recursos estaduais. Nosso povo sofre com o que chamam de “ambulância terapia”, uma expressão cruel que descreve a rotina de pacientes obrigados a viajar para outras cidades em busca de atendimento.

Na última quinta-feira, denunciei na tribuna da Câmara um caso que chocou toda a cidade: um recém-nascido, com apenas 1 kg, precisando urgentemente de uma vaga em UTI neonatal, não encontrou atendimento em nenhum hospital da região. Somente graças ao esforço hercúleo da secretária de Saúde, do prefeito em exercício Cristiano Von Rosenthal Braatz e da equipe jurídica, foi possível transferir a criança para a Unimed em tempo recorde. Mas fica a pergunta que nos atormenta: quantos outros não terão a mesma sorte?

Diante de tudo isso, nossas ações têm sido imediatas. Aprovamos, em regime de urgência, a contratação de dez motoristas para a Secretaria de Saúde, já que muitos veículos estavam parados por falta de condutores. São vidas que dependem desses transportes. Estive no Plantão 24 horas e presenciei a dedicação dos profissionais da saúde, mesmo diante de uma demanda esmagadora. A secretária me garantiu que, se necessário, ampliará o número de médicos para enfrentar essa sobrecarga. Também liberamos a vacinação contra a gripe para toda a população montenegrina, não apenas para os grupos prioritários. A prevenção é, neste momento, a nossa única arma real contra o colapso do sistema.

Mas isso não basta. Não podemos aceitar que Montenegro seja tratada como uma cidade de segunda categoria. O Hospital Montenegro é um direito conquistado com muito esforço, e, por isso, venho exigindo que o governo estadual libere verbas emergenciais para a abertura de leitos e aquisição de equipamentos, regularize os repasses ao SUS municipal, que hoje são claramente insuficientes para a demanda da região, e acelere o concurso público para a área da saúde, reduzindo a necessidade de contratações provisórias que apenas maquiam a gravidade do problema.

Aos meus colegas vereadores, faço um apelo: precisamos nos unir, independentemente de partido. A saúde não tem bandeira política. Estamos falando sobre vidas em risco! E à população, peço que ajudem a fiscalizar, cobrar, exigir. Um trabalho em conjunto é muito mais forte do que apenas uma voz ecoando sozinha. Eu sigo nas ruas, nos postos de saúde, nas redes sociais, dando voz a cada montenegrino necessitado. O inverno está chegando, e a tendência é que a situação piore. Mas não seremos espectadores. Montenegro resiste, e eu, Talis Ferreira, estarei na linha de frente para lutar por cada leito, cada atendimento, cada vida.
Sigamos juntos. Contem comigo.

Últimas Notícias

Destaques