O barulho da chuva não acalma mais

A nova enchente da última semana pode até ter sido de menor impacto, mas trouxe de volta o medo, a angústia e aquela sensação de pavor que deixa marcas profundas no peito dos atingidos pelas cheias.

Quando a água invade o lar, não é só a casa que se vai: vão-se também a paz, a segurança, a esperança. E restam cicatrizes invisíveis, a alma ferida pede ajuda, um abraço, alguém que chegue ali, de porta em porta, pra dizer: “você não está sozinho”.

É por isso que o que o povo precisa de verdade é de equipe psicológica que vá até a sua casa, que toque sua campainha, que entre na sala e ofereça acolhimento, conversa, escuta. É o cuidado que vai além dos muros inundados. Imagine essa situação: psicólogos, assistentes sociais, equipados e comprometidos, percorrendo ruas, vendo de perto o socorro emocional que as pessoas clamam. Isso não é luxo, é necessidade real. Porque a dor insiste em permanecer. A cada lar visitado, pode surgir um alívio, uma lágrima contida, uma palavra de coragem. Uma mão estendida que diz: “eu estou aqui” já faz o coração sorrir, mesmo no meio do caos.

Já faz a mente respirar, encontrar força para recomeçar. Chega de esperar que a ajuda chegue. Ela precisa ser levada até quem vive aquela incerteza, aquele medo de chuva, aquela angústia de ver tudo ir embora novamente. Saúde mental só funciona mesmo quando bate de casa em casa, quando diz nome por nome, repetindo incansavelmente: estamos aqui! Quando o atendimento sai do gabinete e chega na rua, no seu bairro, na sua porta, os resultados são outros. Por isso, vamos exigir: é hora de criar um programa eficiente pela saúde mental dos atingidos.

Uma equipe fixa, presente, que cuide da mente sim, que acolha também o indivíduo, que esteja ali antes mesmo de se chegar no desespero. Psicólogo que vem falar com sua mãe, com seu filho, com seu pai.

Assistente social que ajuda a buscar apoio, montar um passo a passo para erguer a vida de novo. Se você já perdeu tudo uma vez, sabe do que estou falando. Se você tem medo que a chuva volte e leve o chão debaixo dos pés, então vai entender o poder de alguém que bate na porta: “oi, tudo bem? conheço sua história. posso ajudar”. E ajuda, com certeza. E leva à cura. E faz diferença. Precisamos de equipe que vá de casa em casa, de rua em rua, falando a nossa língua. Que brinque com as crianças, que escute a mãe aflita, que acalme o idoso, que cuide.

Que esteja na comunidade, de forma presente e acolhedora. Esse precisa ser nosso compromisso. É por isso que, nesta semana, farei uma Indicação ao Poder Executivo para que um forte programa de saúde mental seja implementado em nosso município, o quanto antes! A força política existe e o certo é exigir: saúde mental não pode ser remédio de emergência. Tem que ser política de prevenção, cuidado permanente, um direito garantido a quem mais precisa. Um programa real, contínuo, que toca o coração de quem já perdeu tudo e quer reconstruir a vida. Vou continuar exigindo igualmente, ações do governo do RS para que tenhamos esse serviço tão fundamental. Vamos juntos exigir que a saúde mental bata na sua porta e fique. Porque cuidar da mente é mais do que urgente. É essencial para o nosso povo, para nossos filhos, para nossos sonhos que merecem renascer.

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