Protocolo de proteção para alunos e professores

No quarta-feira, dia 21 de maio, promovemos uma reunião de extrema relevância sugerida por Rosemere da Rosa da Silva, no Ministério Público. Representantes da Brigada Militar, Guarda Municipal, Conselho Tutelar, CAPS, Secretaria de Educação, educadores e demais integrantes da rede de proteção à criança e ao adolescente compareceram para tratarmos de um tema cada vez mais presente no cotidiano escolar: como agir diante de episódios de crianças com desregulação emocional colocando em risco sua própria integridade e a de colegas e professores.

A urgência do tema nasce na crescente frequência com que situações de crise emocional surgem nas escolas, impactando diretamente o ambiente pedagógico. Muitas dessas crianças apresentam sinais claros de sofrimento psíquico, mas a ausência de acompanhamento especializado e o enfraquecimento dos laços entre escola e família agravam o problema. O desafio, portanto, é complexo e exige atuação articulada e comprometida de todos os setores envolvidos.

Durante o encontro, foi destacada a vulnerabilidade dos profissionais da educação frente a essas situações.

Sem formação específica para lidar com transtornos comportamentais, sem suporte técnico e frequentemente sem respaldo das famílias, os educadores acabam sobrecarregados. Também os profissionais de segurança pública, cujo treinamento tem foco é na contenção e enfrentamento de criminosos, acabam acionados com frequência para casos deste tipo ou mesmo se deparam com as situações por sua presença em escolas.

Outro ponto sensível debatido foi a postura de algumas famílias, que, ao invés de buscar diálogo com a escola ou a Secretaria de Educação, recorrem às redes sociais para expor problemas de forma pública e, muitas vezes, sem conhecer os fatos na íntegra. Isso compromete a relação de confiança entre escola e comunidade, e impede a construção de soluções conjuntas e efetivas.

Construímos propostas como a criação de protocolos claros nas escolas para identificar sinais de alerta e agir preventivamente. Também se sugeriu que, em casos de comportamento recorrente ou extremo, os responsáveis apresentem laudos médicos ou psicológicos que permitam à rede agir com base técnica, respeitando os direitos da criança, mas também garantindo segurança a todos os envolvidos.

A reunião reforçou a necessidade de proteger as crianças — mas também os adultos que cuidam delas diariamente. O compromisso coletivo é essencial para garantir ambientes escolares mais seguros, empáticos e preparados para lidar com a complexidade das relações humanas.

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