O governador, nossa bergamota e o meu livo

Para Montenegro, um dia histórico. Por mais que alguns desprezem ou finjam ignorar o acontecido. Nem tudo precisa ter ranço político, pode ser bom para todos e ir além de siglas ou da sede pelo poder. O governador Eduardo Leite sancionou a lei que torna Montenegro definitivamente o berço e a capital da bergamota montenegrina. E para quem acha que o nome já diz tudo, pão francês nunca foi o pão feito na França, leva esse nome e é vendido aos milhões, todos os dias, sem render meio centavo àquele povo. Como a pizza não gera turismo no Egito, onde foi inventada, mas na Itália, onde o pessoal foi mais esperto. A Bergamota Montenegrina agora é de Montenegro, por lei e sem contestação. É uma marca. Tem seu lugar, seu povo e sua identidade.
A lei, de autoria do deputado Elton Weber, nasceu do projeto idealizado por sua amiga e vereadora Josi Paz, que, para dar o encaminhamento político e correto, trabalhou com uma equipe fantástica: Derli Paulo Bonine, técnico da Emater; Eduardo Kauer, pesquisador e escritor; o professor Renato Kranz, então secretário de Desenvolvimento Rural de Montenegro; e a Família Derlam, descendente do Seu João, descobridor da bergamota montenegrina em 1940. Na comitiva que foi prestigiar o ato no Piratini, reforço da sempre engajada Lisa Borchardt, mãe do Tio Berga e Dona Lara – tão nossos e agora pra lá de faceiros – que coloriu o evento com seu trabalho artístico; do atual secretário de Desenvolvimento Rural, Ari Müller; de Luíza Fruet; dos coordenadores da Festa da Bergamota Montenegrina em Campo do Meio, Adolfo e Celio; Luísa, da Emater; Renila Steffen, representando o turismo rural; e os orgulhosos pais da Josi. Eduardo Leite fez a sua parte: deu atenção e protagonizou um grande ato, valorizando nossa gente e o povo rural. As imagens do evento e a notícia repercutiram em toda a grande imprensa. Ponto para Montenegro!
Eduardo Leite também ganhou, das mãos da Josi, o meu livro “O silêncio mais profundo”. Ele é um sujeito gentil e educado. Agradeceu o presente, folheou, leu orelha e contracapa, quis saber sobre o autor e a obra. Claro que fiquei feliz, mesmo sabendo ser protocolar, mas, fora a gentileza de alguns amigos e a citação num grande jornal do Rio de Janeiro, foi um momento deste livro. O último que publiquei, aliás, há cinco anos.
Os caminhos que se abrem ao turismo formal e à economia, com um título tipo este, de ser berço de determinado produto (concedido a poucas cidades gaúchas), são diversos. Muitas famílias locais vivem da bergamota montenegrina, que até ameaçada de extinção já andou. Montenegro é capital do tanino, graças à Tanac e sua grande família de colaboradores. Montenegro também tenta ser cidade das artes, mas este pretenso título se resume aos esforço da Fundarte e alguns artistas locais. Faltam, há muitos anos, espaços públicos (Brochier tem concha acústica, várias cidades têm coreto na praça central e festivais artísticos e culturais de alto nível, leis de incentivo à cultura e etc. No fim das contas, tudo soma. Importante é protagonizar esforços para que a cidade cresça e apareça bem. Que se todos os que gastam tamanha energia diária ofendendo, criticando ou promovendo revoltas virtuais fizessem um pouquinho, só, pela sua cidade, e não apenas pela ganância do seu umbigo… Caramba! Seríamos uma potência!

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