Plano de esvaziamento: saída para o ciclo de enchentes

Os registros históricos, a forma como a natureza se rebela com o estilo de vida da sociedade moderna e a ocupação das áreas que pertenciam ao rio apontam para um panorama cada vez mais desalentador.

A população passou a ocupar áreas que serviam de escape para os transbordos do rio. Os chamados banhados, ecossistemas que desempenham funções cruciais, como o controle de enchentes e a manutenção da biodiversidade foram gradativamente cedendo lugar aos aterros.

Estes aterros avançaram com o objetivo de elevar terrenos alagadiços, visando uma superfície plana e mais protegida.

Ao reduzir os banhados, que absorvem e liberam água gradualmente, ajudando a controlar enchentes e a manter o fluxo dos rios, o homem mexeu na regulação hídrica.

É preciso coragem e visão de médio prazo para iniciar um processo de esvaziamento das áreas de maior impacto das cheias. Um grande projeto que ultrapasse o plano de governo de uma gestão.

Além dos impactos ambientais, preponderam questões de racionalidade dos recursos públicos. Quanto de investimento já foi destinado para dar suporte a população flagelada? Temos conhecimento de números que são informados com relação aos custos e investimentos diretos? Mas, nenhum governo até hoje, ao menos não se tem conhecimento, fez uma análise detalhada e minuciosa dos custos indiretos de uma operação de retirada, suporte e acolhimento da população flagelada, mesmo em uma enchente de pequeno porte.

Quantas vezes ouvimos a justificativa de que determinados projetos não evoluíram porque todas as forças e recursos da administração estavam focados em atender as demandas das cheias. Todos os anos e várias vezes em um mesmo exercício tudo se repete.

Um circulo vicioso de eventos prejudiciais e repetitivos, que o Ibiá acompanha há mais de 42 anos. Nenhum governo consegue pautar ou monitorar o painel de “São Pedro”, mas outras ações estão na esfera de poder dos governantes. Não existe mais espaço para procrastinação, é preciso outro conceito de lidar com as cheias.

Há muito deveria estar em curso um plano de esvaziamento das áreas mais alagadas, com a transferência de núcleos habitacionais para outras regiões da cidade. Sem asfaltamento nestas ruas, tão pouco investimento em outros aparelhos de infra-estrutura urbana, que acabam sendo destruídos e fragmentados pela força das águas.

Em quatro décadas poderíamos ter sido registradores de um circulo virtuoso, com ações benéficas que levam a resultados diferentes e favoráveis.

Subprefeituras: descentralizar sem inchar

A proposta da vereadora Josi Paz para a criação de subprefeituras em Montenegro, visando aproximar o poder público das comunidades rurais e afastadas, como Vendinha, Bom Jardim dos Brochier, e outras, é louvável em sua intenção. A justificativa apresentada é sólida: a dificuldade de acesso a serviços, a carência de manutenção em estradas vicinais e a necessidade de apoio direto ao produtor rural são problemas concretos que afetam a qualidade de vida e o desenvolvimento dessas regiões. A presença permanente de representantes municipais, com autonomia para identificar e solucionar problemas locais, e a atuação como polos de atendimento são, de fato, argumentos fortes para a descentralização.

No entanto, a pergunta sobre o perigo de “inchar a estrutura” da administração municipal é crucial e não pode ser negligenciada. A implantação de subprefeituras, se não for precedida de um planejamento minucioso e de uma análise rigorosa de custo-benefício, pode gerar mais problemas do que soluções. Com potenciais de: aumento da burocracia e dos custos operacionais, duplicidade de funções e fragmentação da Gestão, dificuldade na alocação de pessoal qualificado, potencial para usos Políticos e clientelismo e desafios de Comunicação e Coordenação.

Embora a visão da vereadora seja pertinente, é crucial que o Executivo avalie outras formas de atender às necessidades das comunidades rurais sem necessariamente “inchar” a máquina pública com novas estruturas fixas.

A proposta de subprefeituras em Montenegro é um espelho da legítima busca por maior inclusão e eficiência na gestão pública. As necessidades das comunidades rurais são inegáveis e demandam soluções criativas e eficazes. No entanto, o desafio reside em equilibrar a proximidade desejada com a responsabilidade fiscal e administrativa. Antes de qualquer decisão de implantação, Montenegro precisa de um estudo de viabilidade aprofundado que analise os custos reais, os ganhos em eficiência e os potenciais riscos de burocratização e duplicação de estruturas, garantindo que a solução escolhida seja verdadeiramente sustentável e benéfica a longo prazo para toda a população.

Segurança rural no PPA

O secretário de Desenvolvimento Rural, Vladimir Gonzaga, sempre atento às questões ligadas a sua pasta, encaminhou a coluna alguns esclarecimentos sobre os tópicos: “Um olhar para o Interior”, “GPS Rural“ e “Bom e Barato”.

Gonzaga esclareceu que não havia comparecido a reunião sobre o GPS Rural, porque estava representando o Município no lançamento do programa Terra Forte do Governo do Estado, realizado no mesmo dia e horário em Lajeado.

Acrescentou ainda: “já previ no PPA valores pra implementar algum sistema de gerenciamento Rural.” Esclareceu também que “sobre o GPS rural, já estamos iniciando um processo pra contratação com DFD (Documento de Formação de Demanda), ETP (Estudo Técnico Preliminar) e TR (Termo de Referência).

Produtos da agricultura familiar devem ser valorizados

Agricultura será valorizada

Sobre o Vale Alimentação e a inclusão de produtos da agricultura familiar nas cestas básicas, o secretário de Desenvolvimento Rural afirmou que “os dois programas sugeridos pela vereadora já são foco da SMDR.”

Segundo o secretário “o Vale Feira está sendo preparado e planejado. A primeira ideia era para o funcionalismo público, porém surgiu a possibilidade de ser pro CadUnico. Coloquei no PPA da SMDR valores pra isso, porém a ação tem que ser da SMDHEC (Habitação e Assistência social).”

As informações, a princípio, são promissoras, mas a expectativa quanto ao tempo para estas ações se concretizarem é o que acaba assustando.

Ponto de vista
Alguns interlocutores do governo Zanatta avaliaram como injustas as críticas dos vereadores Gustavo Oliveira e Talis Ferreira direcionadas ao coordenador da Defesa Civil, Clóvis Pereira, repercutidas semana passada no Observatório.

Segundo a visão destes agentes públicos “eles estão querendo algo que não temos ferramenta tecnológica disponível”. Na verdade, as críticas são justamente por ter transcorrido um ano, sem que nenhuma evolução tecnológica ou estratégica, para dar suporte a previsões e prognósticos, tenha acontecido.

Montenegro tem um campus da Unisc. É no território de uma Universidade onde se encontram pesquisadores e técnicos com notório saber para desenvolver programas que possam dotar a cidade de capacidade de informar com base de dados e análise científica. Dinheiro não é o problema! É preciso buscar parcerias nos lugares certos.

Urgência

Acontece nesta manhã de terça, as 10h30, uma reunião na Câmara de Vereadores para tratar sobre a situação de infiltrações e goteiras na EMEI Santo Antônio. Os vereadores querem saber quais ações estão sendo adotadas pelo Executivo Municipal.
Segundo informações que chegaram através de mensagens, a comunidade escolar está mobilizada para pressionar a Prefeitura no sentido de urgência de soluções
Horário: 10h30
Local: Sala de Reuniões da Câmara

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