Até aqui, as reuniões entre prefeitos e vereadores da região com a Secretaria Estadual da Saúde não resultaram em solução para o problema de financiamento do Hospital Montenegro.
Além das agendas, amplamente divulgadas, com a secretária da Saúde,outras reuniões mais restritas têm acontecido, tendo como pauta principal a crise no HM. E de uma delas, segundo comentários de bastidores, algumas alternativas teriam sido postas na mesa de discussões. Entre elas, a possibilidade de a Prefeitura de Montenegro – em nome das cidades da região – desapropriar as instalações do complexo e assumir sua operação de forma conjunta com o Estado. O modelo já foi adotado em outras cidades e a situação para as comunidades melhorou.
A coluna procurou a Administração Municipal para obter mais informações. A resposta que recebemos é a de que “existe uma busca da região, junto ao Estado, para assegurar o atendimento às comunidades do Vale do Caí e algumas alternativas passaram a ser consideradas”. De acordo com a Assessoria de Comunicação, “nada está definido e qualquer declaração no momento seria prematura”.
A resposta da administração não nega que esta alternativa foi colocada à mesa. É cedo para dizer se vai acontecer. Até porque existem questões jurídicas e financeiras que precisam ser avaliadas, assim como as dívidas que a atual operadora do HM possui. O fato é que a situação não pode permanecer como está. Ainda que a responsabilidade pelo problema não seja dos municípios, é das prefeituras que a população cobra pelo atendimento.
O mais delicado nesta construção é amarrar a participação e a responsabilidades do Estado, sobre tudo porque o Município de Montenegro não pode assumir tudo sozinho, tipo um “Salvador da Pátria”, pois isso poderia inviabilizar a execução de investimentos necessários em outras áreas.
Críticas severas À Defesa Cívil
Na última sessão da Câmara, os vereadores Gustavo Oliveira, Progressista, e Talis Ferreira, Podemos, teceram duras críticas a Defesa Cívil de Montenegro. Segundo as manifestações dos parlamentares, o ponto crítico está relacionado ao prognóstico das cheias.
Ambos destacam o bom desempenho da Prefeitura no apoio e acolhimento às vítimas das enchentes. A estrutura, a cada evento climático, se apresenta melhor preparada para atender a comunidade flajelada.
De outro lado, avaliam os vereadores, não houve evolução na prestação de informações objetivas de prognóstico. Traduzindo de forma direta, Gustavo Oliveira disse: “O CPRM, na última nota, fala que às duas horas da madrugada a cota de inundação será de 6,74. E eu pergunto, quem de nós aqui sabe o que isso reflete na na vida da comunidade que vive na beira do Rio?”
Na mesma linha Talis corroborou: “Ficou comprovado que não tinha nenhuma perspectiva de tamanho, ou de altura, ou de porte … Agora se sabe que vai ter enchente, mas não se sabe o prognóstico… Durante o dia todo não teve nenhum prognóstico, apenas a medição 11 centímetros, 12 centímetros 14 centímetros, 15 centímetros…”
De fato, temos muito a evoluir neste sentido.

Voto de louvor à segurança pública
O destaque do mês de junho vai para as forças de segurança. Duas importantes notícias veiculadas pelo Ibiá comprovam o merecimento do destaque.
“Cerco no Industrial: operação “Parque dos Ratos” combate o tráfico .” (Ed. 11/06)
“Mais fiscalização: abordagens aumentaram 350% e veículos multados 791%”(Ed. 17/06)
Um olhar para o interior
A vereadora Josi Paz vem se dedicando, no seu mandato, em trazer proposições de melhorias que possam fortalecer o meio rural e a permanência dos jovens no campo. Apresentou duas indicações relativas a incluir a produção oriunda da Agricultura Familiar ao Vale Alimentação dos servidores públicos e nas cestas básicas doadas pela Prefeitura a população de baixa renda.
A inclusão de produtos da Agricultura Familiar no Vale Alimentação parece ser uma iniciativa mais difícil de ser implantada, até porque entra a questão da adesão ou não dos funcionários. E mexer em uma “colônia de vespas” pode gerar conflitos.
Já inclusão de ítens da produção rural local na cesta básica é mais viável, com uma boa dose de vontade política. Claro, a partir de um estudo técnico de avaliação de quais produtos seriam adequados para comporem o cardápio.
Precisamos sair do lugar comum, das soluções prontas, que muitas vezes custam mais caras e não fazem a roda da economia local girar.

GPS Rural
Na semana passada a vereadora Josi Paz conduziu uma reunião para tratar da implantação do GPS rural, sistema que promete revolucionar a localização de propriedades por órgãos de segurança, saúde e fiscalização.
O encontro contou com a participação de Ademar Alvicio Henz, presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e também da Associação Integração Santos Reis, Maria Regina da Silveira (Sindicato dos Trabalhadores Rurais) e Ernesto Kasper (Ecocitrus). A Prefeitura não mandou representante embora tenha sido convidada.
“Este projeto vai salvar vidas e trazer mais dignidade para quem vive no campo”, afirmou Josi. A parlamentar destacou que o acompanhamento desta proposição continuará através do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural.
Bom e barato
O Município de Estrela investiu cerca de R$ 35.000,00 para desenvolver o sistema, que vai beneficiar, segundo estimativa, de 8 a 10 mil residências, conforme o diretor do gabinete de Segurança Pública, Marcelo Abreu, em entrevista ao Jornal A Hora de Lajeado.
Serviços como Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Samu e Defesa Civil do município têm acesso aos dados. A iniciativa é gratuita para a população, que quiser aderir, mediante cadastro.
Uma alternativa eficiente e acessível, com um imenso potencial para mitigar um desafio persistente enfrentado pelas comunidades rurais: a prolongada espera por serviços de emergência, sejam eles de segurança pública ou de atendimento médico.
A utilidade, simplicidade e o impacto positivo dessa iniciativa para a segurança pública são tão evidentes que é intrigante observar a ausência de interesse da administração em participar do debate.
Apoio emocional
Talis Ferreira, em suas redes sociais, manifestou preocupação com relação ao estado emocional dos montenegrinos afetados pelas recentes enchentes.
A perda de bens e parte de sua história afetiva, de forma intensa na grande enchente de maio de 2024, abalou muitas pessoas, inclusive aquelas que tem mais poder aquisitivo. Sensível a esta situação o vereador esta encaminhando ao Executivo Municipal.
“Um pedido formal à Prefeitura para que seja criado, com urgência, um grupo de profissionais — psicólogos, assistentes sociais e terapeutas — para oferecer apoio emocional às vítimas.”